As investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) sobre as mortes de mãe e filha, de 39 e 6 anos, ocorridas em 16 de outubro de 2017, em Betim, Região Metropolitana, resultaram no indiciamento e na prisão de um homem, de 35 anos, vizinho das vítimas. Os corpos das duas foram encontrados no dia seguinte ao crime, na casa em que moravam, no bairro Laranjeiras.
Na ocasião, a mãe foi encontrada no quarto, em cima da cama, com 35 lesões causadas por facadas no rosto, no tórax e nos braços. Já a criança estava caída na sala do imóvel, com a garganta e os pulsos cortados.
De acordo com o delegado que coordenou as investigações, Otávio de Carvalho, “a vítima era professora e há dois dias não aparecia no trabalho. A escola então fez contato com familiares, que foram até a casa dela. Eles tiveram que arrombar o portão para entrar e encontraram as duas mortas”.
Para o delegado, no dia do crime, por volta de meia noite, o suspeito entrou pela janela da casa, atingindo primeiro a mulher, que acordou com o ataque. “Ela ainda tenta se defender – a vítima tem lesões de defesa nas mãos e nos braços – até que ele consegue executá-la”, detalha Otávio, que ainda acrescenta: “A criança, que estava dormindo na sala, acorda e vê que ele [o suspeito], todo sujo sangue, havia matado a mãe dela. Ele então mata a criança para eliminar testemunha”.
O suspeito estava foragido desde a data do crime, sendo preso no dia 21 de outubro deste ano, na cidade de Almenara, Vale do Jequitinhonha. A polícia acredita que a motivação do crime seja passional.
Investigação
Por meio de investigações, a equipe da 8ª Delegacia de Homicídios em Betim levantou informações de que a vítima mantinha um relacionamento amoroso com o vizinho investigado. No entanto, ainda segundo informado, a mulher não pretendia prosseguir com a relação devido ao fato de o homem ser usuário de drogas.
Diante disso, os policiais procuraram pelo suspeito, que já não estava mais na vizinhança. O homem teria abandonado a casa em que morava após o crime. Durante buscas no imóvel, os policiais localizaram, com apoio da perícia técnica da PCMG, indícios de sangue no banheiro, na sala, em um tanque na varanda, nas maçanetas das portas, bem como em peças de roupas do suspeito. Exames periciais constataram que o sangue encontrado era compatível com o da vítima de 39 anos.
Prisão
À polícia, o homem disse que era amigo das vítimas e que não sabia explicar o motivo de tê-las matado. Ele ainda alegou não se lembrar dos fatos, tendo agido mediante surto por uso excessivo de cocaína e bebida alcoólica. Ainda segundo o suspeito, ele apenas se lembrava de ter acordado sujo de sangue, motivo pelo qual tomou um banho e deixou a casa.
Segundo o delegado regional em Betim, Marcelo Cali, o nome desse suspeito estava na lista dos dez mais procurados do estado. “Esse caso, à época, teve uma repercussão grande em Betim. A equipe da Delegacia de Homicídios intensificou as investigações, conseguiu identificar o autor e pediu a prisão dele à Justiça”, destaca Cali.
O suspeito foi preso por policiais da Delegacia de Polícia em Almenara, e o homem encaminhado ao sistema prisional. O inquérito policial foi concluído e remetido à Justiça.