Um crime motivado pela inconformidade com o fim de um breve relacionamento amoroso. Essa é a conclusão da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) sobre o feminicídio de uma mulher de 45 anos, encontrada morta com sinais de estrangulamento, no dia 28 de setembro deste ano, em um quarto de hotel no Centro de Belo Horizonte. Por essa razão, o ex-namorado da vítima, um homem de 46 anos, foi preso em Matozinhos, Região Metropolitana, na última quarta-feira (13/10).
Conforme apurado pelo Departamento Estadual de Investigação de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito teria matado a vítima por não aceitar o fim do relacionamento do casal. O homem já mantinha uma união estável com outra mulher, mas convenceu a vítima a ficar com ele após série de mentiras. Os dois se conheceram durante uma festa, em abril deste ano.
Crime
De acordo com a delegada que coordena as investigações, Ingrid Estevam, quando conheceu a vítima, o suspeito ostentava uma condição financeira incompatível com a realidade. Ele também teria omitido à vítima o fato de ter outra companheira. Ao descobrir as mentiras contadas pelo suspeito, a vítima se afastou. “Foi quando ela decidiu pôr fim ao relacionamento, já que ele estava mentindo acerca de muitas coisas e isso poderia gerar mais problemas”, conta Ingrid.
No entanto, o homem a convenceu de reatar o relacionamento, alegando que a esposa dele estava muito doente, motivo pelo qual ainda não havia se separado. Tempos depois, ao descobrir mais uma vez a farsa inventada pelo homem, a vítima decidiu romper o relacionamento de vez.
Após inúmeras tentativas de reatar com a vítima, sem sucesso, o suspeito ligou para a mulher, sob o pretexto de que a mãe havia morrido e de que ele precisava de ajuda para lidar com situações burocráticas relacionadas a inventário de herança e funeral. Como a família da vítima não aprovava a presença do suspeito, os dois se hospedaram no hotel, no qual permaneceram do dia 20 de setembro até a data do crime.
No tempo em que permaneceram no local, um comparsa do suspeito, fingindo ser o pai dele, ligou para a vítima oferecendo um salário de R$12 mil para que ela não abandonasse o suposto filho, já que a mulher era técnica de enfermagem e o suspeito precisava de cuidados. Desconfiada da situação, a mulher ligou para a irmã, que alertou a vítima sobre o golpe e orientou que ela fosse embora.
Segundo a delegada Ingrid Estevam, a polícia acredita que nesse momento, ao informar que iria embora, o suspeito teria se descontrolado. “Quando ela decide ir embora, o suspeito pega ela, a deixa desacordada e a estrangula com uma extensão”, afirma Ingrid.
Alerta
A chefe do DHPP, delegada-geral Letícia Gamboge, destaca a importância das campanhas de prevenção aos crimes contra a mulher e a necessidade de que as vítimas denunciem à polícia qualquer forma de abuso. “Mais uma vez, o Departamento de Homicídios chama a atenção para essa questão da violência doméstica e intrafamiliar contra a mulher. Havendo situação de violência doméstica, denuncie! Não deixe que ocorra, efetivamente, o fato mais grave, como infelizmente ocorreu nesse caso”.