A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu um homem, de 19 anos, no bairro Jardim Rosário, em Ibirité, Região Metropolitana, na última sexta-feira (20/8). O jovem é suspeito de atuar em um “tribunal do crime”, no aglomerado da Vila Bernadete, em Belo Horizonte.
De acordo com o apurado, além do preso, outros dois investigados teriam participado da tortura de três mulheres, de 39, 42 e 54 anos, com golpes de correia e mangueira. Um segundo envolvido no caso já foi identificado e possui mandado de prisão em aberto.
As investigações iniciaram em março deste ano, após a PCMG ter acesso a imagens das vítimas, divulgadas em redes sociais, sendo torturadas pelo grupo. “A partir daí [das imagens], conseguimos identificar dois indivíduos que torturaram três vítimas mulheres no aglomerado. Os suspeitos criaram uma espécie de tribunal no local para punir, com castigos pessoais, moradores que tentavam impedir a atuação do tráfico de drogas ou coibir práticas de crimes”, explica Túlio Leno, titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro.
Ainda segundo Túlio, a tortura cometida contra essas três vítimas foram motivadas por um problema com uma quarta mulher, ainda não identificada. “Essa mulher, ao invés de procurar os órgãos oficiais de segurança pública, recorreu ao grupo criminoso que aplicou o castigo no trio”, conta.
De acordo com o delegado regional do Barreiro, Rômulo Dias, o aglomerado onde ocorreu o crime é considerado um local pacificado e com constante ação das polícias. “A Vila Bernadete, hoje, é um local onde as forças de segurança do Estado estão agindo de forma recorrente. Esses vídeos foram gravados no momento em que as viaturas estavam em outro local”, destaca o delegado, que ainda acrescenta: “É comum a PCMG entrar no aglomerado sem qualquer tipo de confronto, já que a área é pacificada. Tanto que após as imagens serem divulgadas, e diante de uma iminente ação da PCMG, os suspeitos saíram do local. Ali não existe domínio de facção criminosa”.
Os suspeitos irão responder pelos crimes de tortura e associação criminosa. A investigação continua visando identificar outros integrantes do grupo criminoso.
Denúncia
O delegado Rômulo Dias alerta sobre a importância de denunciar crimes dessa natureza. “Aqui fica o apelo para que as denúncias ocorram, por meio do sistema de denúncia do Estado – o Disque Denúncia Unificado 181 – ou pelo número 197, que é da Polícia Civil. Com base nessas informações conseguiremos minar esse tipo de ação praticada por militantes. O que não pode acontecer é o cidadão de bem ficar preso ao sentimento de hipossuficiência diante de situações tão cruéis quanto essa que aconteceu. Denuncie!”, reforça.
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