Nesta quinta-feira (20/5), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu um suspeito de cometer estupro de vulnerável contra duas enteadas. Os crimes ocorreram em Manhuaçu, Zona da Mata, e a prisão em Nova Iguaçu (RJ), na semana do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, comemorado em 18 de maio.
A delegada Adline Ribeiro de Mello Rodrigues conta que “os fatos chegaram ao conhecimento da Polícia Civil através do atendimento virtual Frida. A vítima entrou em contato pedindo orientação sobre como proceder, uma vez que ela estava sendo vítima de abuso por parte do padrasto”.
A partir das investigações, foi apurado que uma das vítimas, com 13 anos atualmente, estaria sendo abusada desde os 10. Já a outra, de 20 anos hoje, teria sido abusada dos 13 aos 16 anos. A delegada conta que as vítimas tinham medo do suspeito e foram encorajadas a realizar a denúncia por uma testemunha. “Ele era muito agressivo, quebrava móveis; era agressivo com a companheira dele, com quem conviveu por nove anos”, afirma.
O suspeito estava escondido em uma residência em Nova Iguaçu, onde foi cumprido o mandado de prisão pela equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Manhuaçu. “Assim que tomou conhecimento de que a denúncia havia sido efetuada, ele mandou um recado para uma das vítimas dizendo que queria voltar para cá [Manhuaçu] para matá-la. E isso foi a justificativa crucial para representar pela prisão preventiva dele”, detalha a delegada.
Prevenção
Rodrigues aproveita para alertar que os pais e responsáveis devem ficar atentos quanto aos comportamentos repentinos das crianças. “Ela se torna uma criança ou mais agressiva ou ela se isola ou ela passa a tratar os coleguinhas, os pais e os professores de maneira diferente. Ela pode ter uma queda no rendimento escolar. Esses são os primeiros sinais que aparecem quando a criança e o adolescente estão sendo vítimas de abuso”, ressalta.
Denúncia
A Polícia Civil reforça a importância da denúncia sobre casos de violência doméstica e familiar, para que as medidas necessárias de proteção à vítima e de responsabilização do agressor sejam tomadas. Os registros podem ser feitos na unidade policial mais próxima ou por meio do Disque 100, quando se tratar de fatos envolvendo crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. Quando o assunto estiver relacionado com a violência contra a mulher, o contato deve ser feito por meio da Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência – Ligue 180.
Outra forma de registrar ocorrências do tipo, sem sair de casa, é pela Delegacia Virtual (AQUI ) para os casos de ameaça, lesão corporal e vias de fato, além de descumprimento de medida protetiva. Por meio da plataforma digital, as vítimas ainda podem solicitar a medida protetiva enquanto estiverem fazendo o registro.
Em Manhuaçu também são desenvolvidos dois projetos voltados ao combate desse tipo de violência: o atendimento virtual Chame a Frida, por meio de aplicativo de mensagem – (31) 99410-0807 – e o Elzas, iniciativa que tem como objetivo oferecer acolhimento e suporte psicológico a meninas e mulheres vítimas.