A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu em Espinosa, Norte do estado, investigação relativa a uma organização criminosa atuante na região, com envolvimento em crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, homicídio, porte ilegal de arma de fogo, receptação, entre outros. Na terceira fase da operação Anuros, realizada nesta quinta-feira (29/4), dois homens, de 34 e 39 anos, que exerciam função de chefia, foram presos preventivamente. Ao todo, no curso das apurações, foram efetuadas 16 prisões.
O trabalho investigativo durou cerca de um ano e meio. Nesse ínterim, a PCMG deflagrou duas fases da operação, resultando em oito prisões em maio e três em agosto do ano passado. Ainda, outros três investigados foram presos em datas distintas. O inquérito policial, que possui mais de 1,7 mil páginas, reuniu vasto conjunto probatório de que a organização criminosa possuía intensa atividade no Norte de Minas e no Sudoeste da Bahia.
Na operação de hoje, foram cumpridos mandados contra o líder do grupo e um dos gerentes do tráfico, subordinado ao primeiro. Um terceiro investigado, que também exerce papel de gerência, obteve a ajuda de familiares para fugir da ação policial. Durante a abordagem, o homem abandonou o veículo no meio da rua e, com apoio da mãe e de uma tia, conseguiu fugir pelos fundos de sua residência. Contra ele, há mandado de prisão preventiva.
De acordo com o delegado Eujécio Contrim, as duas mulheres que ajudaram na fuga do suspeito vão responder pelo crime de favorecimento pessoal. Além disso, durante análise de dados telefônicos, bancários, fiscais, documentais e provas testemunhais, ficou comprovado que elas atuam na organização criminosa, especialmente, na lavagem de capitais do grupo, por isso foram indiciadas no inquérito policial.
“Em relação a essas mulheres, ficou evidenciado o uso do comércio de produtos para lavagem de dinheiro, além de compras e vendas de veículos, cargas transportadas em caminhão baú e diversas transações bancárias com outros sujeitos relacionados com o tráfico de entorpecentes”, comenta Contrim.
Impacto
As ações policiais também impactaram no patrimônio do grupo criminoso. Houve, por parte da PCMG, durante as investigações, a apreensão de armas, munições e veículos. Os carros foram sequestrados judicialmente pela polícia, gerando uma perda de cerca de R$ 1 milhão ao patrimônio ilegal da organização. Dentre os automotores que estão à disposição da Justiça encontram-se um caminhão, uma caminhonete e dois veículos de passeio de alto valor, além de outra picape e mais um carro.
Os investigados atuavam em uma das células da organização com importante função na distribuição das drogas aos consumidores finais, especialmente, em festas e para menores de idade. Dentre aqueles que foram presos na segunda fase, um dos gerentes e dois suspeitos exerciam a função de cometer homicídios em desfavor dos desafetos do chefe da associação.
As investigações foram concluídas e, nos autos, foram juntados comunicações, dados bancários, financeiros, telefônicos, fiscais, perícias e provas testemunhais. Os suspeitos vão responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, homicídio, porte ilegal de arma de fogo e receptação.
Os suspeitos presos estão no sistema prisional à disposição da Justiça.
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