Após três meses de investigação, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), com apoio do Ministério Público do Estado, realizou a operação Putredine, na quarta-feira (14/4), visando o cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em Nanuque, região do Jequitinhonha/Mucuri. No curso dos trabalhos, um escrivão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) foi preso pelos crimes de corrupção passiva, concussão, advocacia administrativa, falsidade ideológica e supressão de documentos públicos.
O delegado Luiz Bernardo Rodrigues conta que foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, sendo dois em escritórios de advocacia e outros dois no Fórum de Nanuque. O objetivo é elucidar todo o esquema criminoso e individualizar a conduta de cada envolvido, visto que advogados da cidade também são investigados. “A suposta dinâmica do cometimento do crime se baseia na facilidade de acesso que o servidor possuía aos processos judiciais que tramitavam na vara judicial em que trabalhava, articulando manobras processuais indevidas e sem embasamento legal para favorecer os clientes dos advogados ligados a ele”, detalha Luiz Bernardo.
De acordo com o delegado regional João Augusto Ferraz, o material apreendido nessa fase da operação será de fundamental importância para a conclusão das investigações. “Esperamos que com os documentos, aparelhos celulares, computadores e diversos outros itens arrecadados possamos continuar as investigações e identificar os demais autores”, finaliza.
A ação, desencadeada pela 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil em Nanuque, contou com o acompanhamento da corregedoria do TJMG. A CGJ já proferiu decisão instaurando PAD e afastando o referido escrivão judicial das funções e acesso ao fórum por 60 dias.
O termo putredine, em latim, significa podridão, uma referência aos crimes de corrupção investigados.