A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apurou, nessa terça-feira (13/4), um caso complexo envolvendo criança e adolescente vítimas de sequestro, estupros e maus-tratos. As investigações iniciaram na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) após denúncia de maus-tratos praticado por uma adolescente, de 15 anos, contra o suposto enteado, de apenas 4. O caso ocorreu no bairro Nova Gameleira, em Belo Horizonte.
No fim de semana, vizinhos da família acionaram a Polícia Militar que registrou o fato como lesão corporal. A adolescente suspeita relatou, a princípio, que o menino havia caído da cama, mas as lesões verificadas embaixo dos olhos e bochechas da criança indicaram a impossibilidade de ferimento por queda. As agressões teriam acontecido dias antes e, por não estar em flagrante, a adolescente foi ouvida e liberada.
No entanto, durante o registro policial, foi constatado que o pai do menino agredido, de 31 anos, possuía mandado de prisão em aberto, o qual foi imediatamente cumprido, sendo o homem encaminhado ao sistema prisional. Ao analisar os fatos, os policiais da Depca verificaram que a ordem judicial expedida contra o pai do menino, em 2019, era referente ao crime de estupro de vulnerável, cometido em São Joaquim de Bicas, contra a própria filha. Por meio dessa ocorrência, foi possível identificar que a adolescente vítima dos estupros era a filha do homem, no caso, a suposta madrasta e autora das agressões da criança de 04 anos.
De acordo com a delegada responsável pela investigação, Iara França Camargos, “Após a denúncia de estupro, o pai tirou a adolescente de casa e a obrigou morar com ele, como se fosse sua namorada, e ainda a engravidou. O bebê, de poucos meses, também vive na casa onde o menor de quatro anos foi agredido”, explicou a delegada. Iara ainda esclarece que a mãe da adolescente registrou o sequestro da jovem em 2019, motivo pelo qual o homem também foi indiciado pelo crime.
A criança agredida é filha do homem com outra mulher, ainda não localizada. Dessa forma, o menino foi abrigado pelo Conselho Tutelar da cidade. A adolescente e o filho dela, menor de 1 ano, estão sob a responsabilidade de familiares. As investigações sobre o caso prosseguem com depoimentos dos envolvidos, previstos para ocorrerem nos próximos dias. Além dos outros crimes, o suspeito poderá responder também por omissão de socorro.