Após dois meses de investigação, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito que apurou as circunstâncias da morte de um homem, de 31 anos, ocorrida no dia 30 de janeiro deste ano, no bairro Piratininga, em Venda Nova, em Belo Horizonte. Em razão desse crime, a companheira da vítima, de 32, foi indiciada por homicídio, qualificado pelo motivo fútil e pela dissimulação na conduta. A mulher foi presa em flagrante no dia do fato.
Na ocasião, a suspeita alegou ter agido em legítima defesa após ser agredida com diversos chutes pelo companheiro. Ela contou ainda que tinha uma faca na bolsa e a usou para se defender. No entanto, durante as investigações, a polícia apurou que a motivação para o crime seria a insatisfação da mulher com a relação conflituosa mantida pelo casal.
Ainda segundo levantamento, a suspeita armou-se semanas antes do fato e chegou a ameaçar a vítima. Inclusive, o homem registrou ocorrência policial informando estar sofrendo ameaças e que teria sofrido uma tentativa de atropelamento por parte da mulher.
Crime
“No dia dos fatos, após passar a tarde consumindo bebidas alcoólicas, no bairro Céu Azul, o casal teria se desentendido. A fim de evitar a discussão, a vítima deixou o local, indo para um estabelecimento comercial no bairro Piratininga, sem avisar o destino para a mulher. Após diversas tentativas de ligações e mensagens, a suspeita deslocou-se então em seu carro até encontrar o companheiro. Portanto, a vítima não queria passar o resto da noite com a companheira, o que foi a real – e desproporcional – motivação do delito”, detalha o delegado que conduziu as investigações, Lucas Daniel Nunes.
Conforme relatos, durante a discussão entre o casal, pessoas que estavam no local teriam pedido que eles se afastassem. Os dois foram então embora e, em determinado ponto do caminho, a suspeita atingiu a vítima com golpes de faca. O homem correu, pedindo por ajuda, enquanto era perseguido. De acordo com testemunhas, mesmo após o companheiro já estar dentro do carro, em deslocamento para o hospital, a mulher não parou de agredi-lo com socos no peito. Também há relatos de que a suspeita não teria recebido chutes por parte do companheiro, como contou aos policiais.
Em relação a alegação de legítima defesa, o delegado explica que “a suspeita não pode invocar, em seu benefício, essa excludente se, de maneira desproporcional, agrediu a vítima, inclusive quando fugia e quando já estava sendo socorrida, dentro de um veículo. Além disso, a mulher desferiu golpes de faca de forma excessiva, fugiu do local e dispensou a arma branca utilizada”.
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