A investigação acerca do desaparecimento de uma mulher, de 44 anos, em Itabirito, região Central do estado, aponta para a ocorrência dos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver, cuja suspeita recai sobre o cunhado dela. O homem, de 42, foi preso temporariamente, na última quarta-feira (17/3), em virtude de mandado representado à Justiça pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). A equipe também apura indícios de violência sexual cometida contra a vítima e outras pessoas no município e entorno.
Segundo o delegado Frederico Mendes, titular da Delegacia em Itabirito, os levantamentos começaram logo após recebimento de denúncia anônima acerca do desaparecimento da mulher, no dia 26 de fevereiro. Passados dez dias, em 8 de março, o corpo foi localizado às margens de um rio, nas imediações da estrada que liga Itabirito a Rio Acima. “Exames periciais confirmaram a identidade da vítima. A cerca de 1 quilômetro dali, do outro lado da margem, também encontramos pertences dela”, conta.
Mendes informa que durante as apurações foram arrecadados diversos elementos que indicam a autoria do crime. “A vítima morava com a irmã dela e o cunhado. Ela trabalhava em uma empresa e um taxista ia buscá-la em casa. Naquele dia (26/2), o suspeito informou que ela já tinha saído. Análise de imagens de câmeras de segurança, entre outros levantamentos pertinentes, apontam que os fatos ocorreram na casa onde moravam e que o suspeito usou o próprio carro para levar o corpo até a mata”, detalha.
De acordo com o delegado, o investigado, inicialmente, chegou a ser ouvido como testemunha na apuração do desaparecimento. No entanto, surgiram indícios do envolvimento dele nos crimes. “O suspeito confessa, parcialmente, os fatos e alega que agiu em legítima defesa, dizendo que a cunhada o agrediu com uma chave de fenda e, na hora de se defender, ele caiu em cima dela. Tese essa que não corroboramos em razão do histórico da vítima – de ser uma pessoa pacífica, caseira – e da situação em que encontramos o corpo – boca coberta com fita colante e 12 fraturas na costela”, pontua.
Crime sexual
O delegado esclarece que o trabalho investigativo está em fase final. “Embora consideremos remota a tese de legítima defesa, temos que verificar, e também estamos apurando a ocorrência de violência sexual”, observa. Segundo Mendes, o homem é suspeito em outra ocorrência de crime sexual, registrada em Ouro Preto. Além disso, na região onde o corpo foi localizado, havia preservativos e fitas usadas para imobilização. “Estamos finalizando algumas diligências e aguardando resultado de perícias”, observa.
Frederico Mendes orienta que as vítimas de violência sexual procurem a polícia para denunciar os casos: “A delegacia está de portas abertas para receber qualquer denúncia. E a população ainda tem um instrumento poderoso de denúncia, o Disque 181. Tanto a população quanto a vítima têm que se engajar no sentido de ajudar a prevenir e reprimir esses crimes”.
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