Assim como todo ano, as compras para o Natal vão impactar diretamente na economia. Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, devido a pandemia de Coronavírus (Covid-19), esse ano apenas R$ 5,6 bilhões vão ser introduzidos na economia.
De acordo com levantamento realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), entre os dias 31 de outubro a 6 de novembro, com 302 consumidores, 70,5% da população irá dar ao menos um presente no natal. No ano, anterior esse valor de consumidores que pretendia presentear era de 75,3%.
A previsão de faturamento para o Natal em 2020 é de uma decrescimento de 1,85% nas vendas com relação ao ano anterior na economia da capital. (conforme gráfico abaixo)
O consultor e educador financeiro Silvio Azevedo, diz que os impactos das vendas de Natal tendem a ser extremamente positivos. “A expectativa de contratação de funcionários, mesmo que temporários, somados à uma injeção financeira grande no comércio, em um país rodeado de incertezas, é sempre positiva. As compras de natal e final de ano, são responsáveis por quase 64% de todas as compras realizadas em datas comemorativas.”
Estratégias para aumentar as vendas
O economista e jornalista Felipe de Jesus, diz que pode contribuir para o aquecimento da economia, os comerciantes precisam “apostarem nas liquidações e promoções poderão sair na frente no ano de 2020. Outra grande ideia que o comércio jamais poderá deixar de lado, está nas formas de pagamento, com mais flexibilidade e descontos à vista. Obviamente, que o adiantamento do 13° salário também poderá ser uma forma de movimentar o comércio, até porque, deixar para comprar de última hora não é a melhor saída para buscar descontos.”
Felipe complementa que nesse ano em específico, acredita que para vender bem durante a data natalina, “o comerciante deve se atentar a alguns quesitos, como: atender bem o cliente e ouvir o que ele deseja comprar; mostrar o mix de produtos da loja e ter sempre um funcionário por dentro de tudo, sejam promoções ou liquidações no caso da ausência de um vendedor. Além disso, se a movimentação estiver bem forte na loja nos 10 dias anteriores ao Natal, apostar em estender o horário de atendimento (caso seja possível) e claro, motivar sempre a equipe.”
Kênia Gama, idealizadora do Mulher Brilhante, o maior evento de empreendedorismo do Brasil, explica que os comerciantes precisam “prepararem para venderem online, para entregarem em casa, para usarem combos, vouchers, já se anteciparem e não esperarem para a semana do Natal.”
A comerciante Barbara Belo, dá Belos Calçados, está apostando em “trazer qualidade, novidades e preços acessíveis, para dar um UP nas vendas, já que nesta época as pessoas costumam comprar mais presentes e sapatos para o final de ano. E trazendo um bom atendimento, sendo carismático e com produtos de boa qualidade.”
Presentes
Um exemplo de consumidor que neste ano vai dar presente é o representante de logística Jefferson Carlos Rodrigues da Paixão: “Pretendo presentear as pessoas que a gente gosta. Uma pequena forma de demonstrar carinho e agradecimentos por ter cada uma delas em nossa vida.”
A lista de itens mais procurados começa com roupas (78,6%), logo depois vem brinquedos (41%), calçados (26,9%), cosméticos e perfumes (15,8%).
Assim como retrata na pesquisa da CDL/BH, Jefferson pretende presentear com perfumes, roupas, calçados e alguns brinquedos. Ele conversa “que é algo que não queria dar, como nos Natais anteriores. Queria dar presentes mais generosos, mas no momento não é a minha realidade, algo simples para não passar em branco.”
Ticket Médio
Conforme ainda a pesquisa produzida pela CDL/BH, os consumidores vão comprar dois presentes, desembolsando um valor médio de R$ 102,92 em cada produto. Felipe de Jesus, afirma que com o desemprego, a redução da renda das famílias e a suspensão de contratos vão refletir nas compras.
“Isso é inevitável! Com o cenário atual, entram as ‘lembrancinhas’ em substituição aos presentes com valores mais altos, como por exemplo, itens de tecnologia, celulares e outros acima de R$800. O ticket médio (ou valor de compra por pessoa nas lojas) deve ir de R$80 a R$102 e não deve passar disso! Fora isso, temos um outro fator que mostra uma mudança de comportamento do consumidor por causa da pandemia que são as vendas on-line.”, completa Felipe de Jesus.
Jefesson finaliza dizendo que deste o início da pandemia estava desempregado e agora no último mês do ano conseguiu um novo emprego pretende gastar no máximo R$ 300,00 com os presentes de Natal.
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