A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais (Ficco-MG), composta pela Polícia Civil, Federal, Rodoviária Federal, Departamento Penitenciário Federal e Departamento Penitenciário de Minas Gerais, deflagrou a maior operação da história contra a organização criminosa conhecida como “PCC”.
Durante a ação policial, batizada de “Caixa Forte”, foram cumpridos em 19 estados e no Distrito Federal, até o momento, mais de 623 ordens judiciais. Dentre elas, foram presas 422 pessoas e dado cumprimento a 201 mandados de busca e apreensão, além do sequestro e bloqueio de valores. Três armas de fogo foram arrecadadas durante a ação policial.
Ainda durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, policiais da Ficco encontraram mais de R$ 6 milhões em espécie (moeda nacional e estrangeira) em uma residência em Santos, no litoral paulista.
Conforme detalhou o delegado da Polícia Civil Murillo Ribeiro, a ordem judicial é do bloqueio de R$ 253 milhões. “Além disso, ordens judiciais estão sendo cumpridas pela Interpol no exterior”, informou. Essa é a segunda fase da operação Caixa Forte, que foi deflagrada inicialmente no ano de 2019.
Investigações
O delegado Murillo Ribeiro explicou que os dados obtidos na operação Caixa Forte Fase 01 revelaram que os valores resultantes do comércio ilícito de drogas eram, em parte, canalizados para inúmeras outras contas bancárias da facção. “A Fase 1 identificou os responsáveis pelo ‘Setor do Progresso’ do PCC, com atuação no tráfico de drogas e consequente lavagem de dinheiro. O dinheiro obtido era enviado, inclusive, para as contas do ‘Setor da Ajuda’, responsável por recompensar membros da facção recolhidos em presídios”, explicou.
A investigação identificou 210 integrantes do alto escalão do PCC recolhidos em Presídios Federais. “Eles recebiam valores mensais da facção por terem ocupado cargos de destaque na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes como, por exemplo, assassinatos de servidores públicos”, detalhou Murillo Ribeiro.
Para o delegado da Polícia Federal, Alesxander Oliveira, os integrantes da facção acreditavam que eram capazes de ludibriar até o Poder Judiciário. “Com o objetivo de garantir o recebimento do ‘auxílio’ do PCC, os criminosos indicavam contas de pessoas que não pertencem à facção para que os valores, resultantes das atividades ilícitas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de justiça criminal”, afirmou.
“Esta é a maior operação policial da história contra a facção, com mais de 876 ordens judiciais expedidas – entre prisões, buscas e sequestro de valores – simultaneamente em mais de 90 cidades brasileiras. O objetivo é desarticular a organização criminosa por meio de sua descapitalização, atuando em conformidade com as diretrizes do órgão de enfrentamento à criminalidade organizada por meio da abordagem patrimonial, além da prisão de lideranças”, concluiu o delegado Murillo Ribeiro.
Os presos são investigados pelos crimes de participação em organização criminosa, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, cujas penas podem chegar a 28 anos de prisão.
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