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Nova demanda por ouro elevará os preços e será opção aos treasuries americanos e às perdas na renda fixa

São Paulo 26/8/2020 – O mercado de renda fixa é 300 vezes o de ouro. Demandou, impactou. Esse desequilíbrio entre tamanho dos asset classes dá potencial de subida ao ouro incrível

Com juros baixos e uma política monetária não restritiva, está em curso uma mudança de cenário nos investimentos. Sai o long bond e a renda fixa e nasce uma demanda por ouro, que desencadeará uma elevação de preços em um patamar nunca visto nos últimos 49 anos.

Investidor sério, de longo prazo, tem que ter pelo menos 10% em ouro na carteira. A recomendação é do gestor de investimentos Carlos A. Frederico, mais conhecido como CAF. “O importante é entender que a política monetária em um horizonte de cinco a dez anos não tem a menor chance de ser restritiva. E taxa de juros não só está baixa e tende até a baixar mais em nível real, como ela veio para ficar. Temos um mundo novo, que transformou a renda fixa em perda fixa”, explicou CAF durante o Aura Day, evento de relacionamento da mineradora de ouro com investidores. Para ele, está nascendo uma demanda que reposicionará o metal em um nível de preços bem mais alto do que nos últimos 49 anos.

As mudanças macro que estão ocorrendo a nível mundial afetam a psicologia do investidor em várias áreas. Uma delas é geopolítica, nesse reverso de parceira da China com os Estados Unidos. Na batalha no front monetário, o objetivo da China é fazer o papel do dólar cada vez menor no mundo e principalmente na Ásia, isso significa uma mudança estrutural. “A China mantinha US$ 2 trilhões em long bond americano e a lógica é diminuir essa posição para US$ 1 trilhão, no mínimo. Um pouco vai para euro, mas o candidato principal é o ouro porque dá uma independência total de qualquer sansão ao dólar”, analisa o investidor. “Sem contar que o long bond que gerava 6%, 3% de renda, hoje gera 0,5% no de 10 anos e 1% no long.”

Outra incerteza apontada por CAF é a revolução ideológica: o término de um ciclo de acumulação de riqueza, com forças sociais e políticas pressionando para um novo ciclo de distribuição de riqueza. CAF estima que o tamanho do mercado de ouro é de US$ 1 trilhão (250 de GLD e 750 de miners). O mercado de renda fixa é de US$ 300 trilhões, o de equities de 100 trilhões e de real estate entre US$100 a 200 trilhões. O de renda fixa é 300 vezes o mercado de ouro. Qualquer demanda nova marginal criada pelo ouro tem um impacto enorme. Esse desequilíbrio entre o tamanho dos asset classes dão um potencial de subida ao ouro incrível”, acrescenta.

Para CAF, o grande problema dos analistas da comunidade é que ficam olhando as correlações passadas. Ele citou um grande banco que fez um estudo do ouro cujo foco era a correlação da taxa de juro real com o preço do juro, e chegou à conclusão que o preço do ouro não passaria de US$ 1800 naquela taxa de juros real. “Quando publicaram o estudo, o outro já estava em US$1900.”

O investidor ressalta que o endividamento hoje é tão brutal que não existe a menor perspectiva de elevação de taxas de juros. “É uma convicção absoluta de que não existe a menor chance de se permitir uma elevação da taxa de juros real, o que causaria um total desarranjo nos mercados, na economia e no preço do ouro. O que constitui o principal hedge de uma possível queda no patamar do preço do ouro.” explica CAF. “Esse excesso de endividamento faz com que a taxa de juros e o FED se tornem passivos. O fato de você ter os juros do long bond negativo em termos reais, e o do bond de 10 anos a 0,5%, ocasionou a morte do long bond.”

A morte do long bond levou a orfandade do portfólio de 60% equity 40% bond e nada surgiu ainda no mercado para substituí-lo. CAF contou que sua reação foi primária. “Eu sempre gostei de caixa. Hoje, você tem uma inflação de preços de ativo que não tem nada a ver com a inflação de bens de consumo. Se você ficar em caixa e tiver uma explosão de alta de ativos, o custo de oportunidade não é a inflação é a perda do poder de compra de ativos. Hoje, eu estou em 30% em ouro e quase zero em caixa”, acrescentou.

CAF encerrou sua palestra indicando o livro The Deficit Mith de Stephanie Kelton, sobre MMT (Modern Monetary Teory). “O bom senso de administrar corretamente as finanças de um estado, de uma instituição, é mais ou menos como um grupo familiar: uma família que gasta mais do que ganha, acaba se dando mal. Ela diz não tem nada ver. É um livro diabólico, vai ser um tsunami”, concluiu.

Website: http://www.auraminerals.com

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