A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio da operação MedTest, identificou uma mulher que se passava por representante de empresa internacional para oferecer testes rápidos de covid-19 ao Estado. Além disso, a investigada também é suspeita de corrupção ativa por oferecer comissão a uma servidora pública para ter preferência na negociação.
Segundo apurado, a investigada tinha endereços nas cidades de Goiânia (GO) e São Paulo (SP). Ela chegou a morar em Belo Horizonte, mas se mudou para a capital paulista depois de aplicar golpes a partir de uma empresa de cerimonial. As vítimas eram formandos que a haviam contratado para a realização de festas de conclusão de curso.
O controlador-geral do Estado, Rodrigo Fontenelle, destaca dois pontos importantes para o sucesso da operação. “Em primeiro, a atitude íntegra e ética da servidora pública que se recusou a receber uma comissão para favorecer a suposta empresa e, ainda, buscou combater a corrupção ao acionar os órgãos competentes para a apuração dos fatos”, enfatiza. “Em segundo, ressalto a articulação da Ação Integrada da Rede de Controle e Combate à Corrupção e a importância do trabalho em rede realizado pelos órgãos de controle, o que culminou na operação MedTest”, completa.
Inquérito policial
As investigações tiveram início em julho, quando a PCMG recebeu informações da Controladoria-Geral do Estado (CGE) sobre o caso. Isso resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia (GO) e São Paulo (SP). Na ocasião, também foram arrecadados documentos e materiais relacionados aos crimes de corrupção ativa e tentativa de estelionato contra o Governo de Minas.
Em abril, durante pesquisa de preços realizada pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), a instituição recebeu a proposta no valor de R$ 134 milhões para fornecimento de testes rápidos de covid-19. A proponente se apresentava como representante comercial de uma empresa internacional fornecedora desses exames.
Na oportunidade, a mulher chegou a oferecer comissão para uma servidora pública na tentativa de garantir a escolha para fornecimento dos testes, conduta que configura crime de corrupção ativa. Imediatamente, a Seplag informou o fato aos órgãos de controle para que fossem tomadas as providências necessárias.
O delegado Gabriel Ciríaco explica que, durante a operação, foram apreendidos diversos materiais e documentos que indicam o crime de estelionato cometido pela suspeita. Além disso, não foi apresentado nenhum documento que comprovasse a possibilidade de ela ser representante comercial da empresa alegada.
“Encontramos diversos cartões, com várias contas bancárias, mecanismos de armazenamento diversos e também conseguimos recuperar a imagem da conversa, via aplicativo de mensagem, em que a investigada oferece propina para a servidora do Estado”, detalha o delegado. “Nossa linha de investigação está concluída em relação à corrupção ativa. Ainda estamos investigando essa tentativa de estelionato, em que ela se passa por representante comercial”, acrescenta Ciríaco.
Integração
A operação MedTest foi realizada pelo Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (DEF) e contou com o apoio das Delegacias de Combate à Corrupção de São Paulo e de Goiás, bem como da Coordenação Aerotática (CAT) da PCMG no transporte dos policiais civis à cidade de Goiânia.
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