Cinco dias após o homicídio de um adolescente, de 15 anos, em Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) cumpriu mandado de prisão preventiva em desfavor de um homem, de 27 anos, e de duas mulheres, de 21 e 28. Conforme apurado, eles teriam submetido a vítima a intensa violência física e psicológica, antes de executá-la a tiros.
O crime ocorreu em 4 de junho, no bairro Baronesa, e os investigados foram presos no último dia 9. De acordo com a titular da Delegacia Especializada de Homicídios em Santa Luzia, Delegada Adriana das Neves Rosa, as investigações apontam que o crime foi motivado por vingança, em razão de o adolescente, supostamente, ter abusado sexualmente de crianças, algumas delas próximas dos suspeitos.
Os supostos abusos teriam ocorrido na Vila Aparecida, região de Venda Nova, na capital. Segundo a Delegada, moradores teriam tentado linchar o adolescente na comunidade, porém foram impedidos por uma liderança local. “A vítima, então, foi levada para a casa de uma das suspeitas e torturada. Depois, executada próxima à residência, no bairro Baronesa”, descreve.
A Delegada conta, ainda, que a conduta criminosa foi filmada pelos próprios investigados e divulgada em redes sociais por um denunciante anônimo, possivelmente, em um perfil fake. Ela evita detalhar como ocorreu a tortura, mas informa que o laudo de necropsia aponta para vestígios de agressões físicas e a causa da morte por disparos de arma de fogo.
Investigações
A Delegada observa que, desde a ocorrência do crime, as Forças de Segurança têm trabalhado de forma integrada. Na data da prisão, a Polícia Militar apresentou os suspeitos na Delegacia de Homicídios e, concomitantemente, os mandados de prisão preventiva foram expedidos pela Justiça.
As investigações prosseguem, com apurações acerca de eventuais outros envolvidos e completa elucidação fatos. A Delegada Regional, Ana Paula Kich Gontijo, ressalta o trabalho já realizado: “a Polícia agiu de maneira pronta e eficiente, com apuração de autoria, representação pelas prisões e cumprimento dos mandados, mostrando que, em que pese a motivação, não há espaço para forças atuarem em paralelo”.
Sobre a vítima
Levantamentos iniciais indicam que a vítima estava em condição de vulnerabilidade social. O adolescente era acompanhado por serviço de atenção psicossocial e estava morando em um abrigo, em Venda Nova. A equipe localizou um registro de ocorrência em que ele teria sido vítima de abuso sexual quando tinha 8 anos. Criado pela avó, ora ele ficava na casa dela, ora no abrigo e, por vezes, em situação de rua.