Para combater o crime de estelionato, em que uma empresa especializada em cursos de graduação e pós-graduação é investigada, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nesta terça-feira (30), a operação “Prova Final”. O trabalho investigativo, que apura a venda de diplomas falsificados, incluiu levantamentos nas cidades de Grão Mogol e Montes Claros, região Norte de Minas, e em Belo Horizonte.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em sedes da empresa nos três municípios, nos dias 24, 26 e 29 de junho, respectivamente. As equipes arrecadaram talões de recibo da instituição de ensino, cheques e recibos de pagamento de vítimas, diversos celulares, computadores, agendas, anotações e diplomas.
Os fatos são investigados há um ano. As apurações iniciadas em Grão Mogol apontam que uma suspeita, sob a coordenação de outros dois investigados, estava, há alguns anos, comercializando diplomas de curso superior falsificados. Até o momento a PCMG identificou 18 vítimas do Norte de Minas, mas alerta que o número de pessoas lesadas pode ser superior.
Alguns professores vítimas, inclusive, perderam seus cargos em virtude de estarem atuando com certificados falsos. O Delegado Ranieri Damasceno esclarece sobre a importância de todas as vítimas registrarem a ocorrência e formalizar a representação criminal na PCMG. “Com esse crime, pessoas que buscavam um futuro melhor por meio da educação foram enganadas. Por isso, alertamos que todos os prejudicados procurem a Polícia Civil para penalizar os investigados pelos delitos praticados”, explica.
Investigações
Durante a fase de colheita de provas, vários professores vítimas foram ouvidos pela Polícia Civil e relataram a dinâmica da ação criminosa. Eles apresentaram documentos, recibos de mensalidades do curso, bem como recibos de transferências bancárias e prints de e-mails das faculdades responsáveis pelos diplomas, confirmando que os certificados emitidos não eram reconhecidos pelas universidades como autênticos.
Com as provas coletadas durante a investigação e por meio do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, a Polícia Civil conseguiu reunir elementos contundentes de autoria e materialidade, com indiciamento de três suspeitos pelo crime de estelionato. O inquérito policial já foi remetido à Justiça.