Diminuir a circulação de pessoas com o retorno da fase de controle (funcionamento apenas de atividades essenciais) e intensificar ações para conscientizar a população sobre a importância do cumprimento das medidas sanitárias. Essas foram as decisões anunciadas pela Prefeitura de Belo Horizonte e pelo Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19, após analisar o histórico de crescimento de casos confirmados e os impactos na internação de pacientes nos últimos sete dias. As medidas pretendem limitar o avanço do Coronavírus na capital
De acordo com dados apresentados na 7ª edição do Boletim de Monitoramento da Covid-19, divulgado nesta sexta-feira, dia 26, o alerta geral permanece pela terceira semana consecutiva no vermelho, o que pressionou o Executivo Municipal a definir pela regressão no processo de reabertura dos setores econômicos da cidade. A ocupação de leitos de UTI para Covid-19 saltou de 78% para 85% (vermelho), no comparativo entre o último relatório, apresentado no dia 19, e o desta semana. Houve um aumento também na ocupação dos leitos de Enfermaria, passando de 61% para os atuais 69% (amarelo).
Apesar da aceleração da transmissão (Rt) estar em 1,09 (amarelo) e ter reduzido em relação à semana anterior, a transmissão neste patamar conseguiu promover impacto significativo na ocupação dos leitos na última semana. O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, explica que, após o início da flexibilização, o valor de Rt atingiu patamares acima de 1,20 até o início de junho, reduzindo seu ritmo nas últimas semanas.
O secretário de Saúde destaca que o valor crítico de 1,20 para o número médio de transmissão serve de alerta sobre uma maior pressão no nível assistencial da saúde. “Valores abaixo desse limite fornecem maior tempo de resposta em relação a expansão da doença. Contudo, qualquer valor acima de 1,00 reflete a expansão da pandemia, demonstrando a importância do isolamento social para reduzir o nível de contágio”, enfatiza Jackson.
“Esse aumento da transmissibilidade – efeito da maior circulação de pessoas e relaxamento das medidas sanitárias no período – gerou reflexos no número de notificações dos últimos dias. Como resultado, Belo Horizonte chegou a 4.942 casos confirmados nessa quarta-feira, dia 24, antecipando em um mês essa marca projetada, que seria atingida apenas em 25 de julho”, disse o secretário.
O secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, explica que, com as fases 1 e 2 de reabertura, a participação dos empregos nas atividades autorizadas a funcionar aumentou de 86% (fase de controle) para 92%. Um percentual relativamente baixo, segundo o secretário, que não impactaria fortemente na velocidade de contágio. “Não é possível explicar a movimentação da cidade somente pela abertura do comércio, considerando o retorno de trabalhadores. A nosso ver as fases de reabertura trouxeram em conjunto um relaxamento geral da cidade quanto às medidas de isolamento, distanciamento e prevenção, o que pode ter tido este forte impacto no crescimento da transmissão da doença”, destaca André.
Os dados demonstram a aceleração da pandemia na cidade e necessidade de medidas mais rígidas. Esse aumento no número de casos impactou nas taxas de ocupação de leitos de enfermaria exclusivos para Covid, passando de 34%, em 20 de maio, para 69% em 24 de junho. O crescimento das taxas de ocupação de leitos de UTI exclusivos para Covid-19 também foi expressivo, passando de 40%, em 20 de maio, para 85% em 24 de junho.
Diante dessa análise, a recomendação do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19, mesmo que o índice de transmissão e ocupação de leitos de enfermaria estejam no amarelo, é que haja a regressão.
Ampliação de leitos
A Prefeitura de Belo Horizonte colocou em funcionamento desde essa quinta-feira (25) mais 34 leitos Covid-19: são 15 de UTI e 19 de enfermaria. Nesta sexta-feira, foram mais 4 leitos de UTI e 36 de enfermaria. Somente em junho, foram abertos 232 leitos Covid na Rede SUS/BH – 81 UTIs e 151 enfermarias. Somando as unidades Covid de enfermaria (798) e UTI (301), o SUS-BH conta hoje com 1.099 leitos. Em março, eram 196 leitos Covid: 82 de UTI e 114 de enfermaria.
O aumento da oferta de unidades para o atendimento de pacientes acompanha o planejamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde junto aos hospitais e a evolução dos indicadores epidemiológicos e assistenciais em relação à pandemia. As UTIs são abertas conforme necessidade, e sempre com recursos humanos e equipamentos necessários para o funcionamento.
A Prefeitura continuará monitorando diariamente os números e, caso seja necessário, aumentará a oferta de unidades para o atendimento de pacientes. As UTIs serão abertas sempre com recursos humanos e equipamentos necessários para o funcionamento. Nesse momento, um dos pontos de maior preocupação é a escassez no mercado do anestésico necessário para a intubação dos pacientes nas unidades de tratamento intensivo
“Agora, mais do que nunca, contamos com o comprometimento da população. Como ainda não temos uma vacina disponível, a única arma que temos contra a doença é o distanciamento social. Se precisar sair de casa, planeje seu trajeto, e não saia para passeio, pois o momento não comporta atividades de lazer ou em grupos. Sempre use a máscara corretamente, lave as mãos com água e sabão com frequência e higienize suas mãos com álcool em gel. O comportamento individual fará a diferença nesse momento. Cada um deve fazer a sua parte para estabilizarmos os indicadores e, assim, flexibilizarmos novamente”, diz Jackson.
Fase de controle
Conforme indicação do 7º Boletim de Monitoramento, as atividades das fases 1 e 2 deverão ser suspensas a partir de segunda-feira, dia 29. O decreto com as determinações será publicado na edição deste sábado do Diário Oficial do Município. Para consultar os estabelecimentos com permissão de funcionar neste momento e aqueles que devem fechar, acesse o portal da Prefeitura.
Fase de controle – permanecem abertos
Atividades autorizadas a funcionar nos termos do Decreto nº 17.313, de 21 de março de 2020, do Decreto nº 17.328, de 8 de abril de 2020, e do Decreto nº 17.332, de 16 de abril de 2020. |
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Atividade | Faixa de horário de funcionamento |
Padaria | 5h às 21h |
Comércio varejista de laticínios e frios | 7h às 21h |
Açougue e Peixaria | |
Hortifrutigranjeiros | |
Minimercados, mercearias e armazéns | |
Supermercados e hipermercados | |
Artigos farmacêuticos | Sem restrição de horário |
Artigos farmacêuticos, com manipulação de fórmula | |
Comércio varejista de artigos de óptica | |
Artigos médicos e ortopédicos | |
Tintas, solventes e materiais para pintura | 7h às 21h |
Material elétrico e hidráulico, vidros e ferragem | |
Madeireira | |
Material de construção em geral | |
Combustíveis para veículos automotores | Sem restrição de horário |
Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP) | |
Comércio atacadista da cadeia de atividades do comércio varejista da fase de controle | 5h às 17h |
Agências bancárias: instituições de crédito, seguro, capitalização, comércio e administração de valores imobiliários |
Sem restrição de horário Item alterado pelo Decreto nº 17.363, de 26/5/2020 (Anexo) |
Casas lotéricas | |
Agência de correio e telégrafo | |
Comércio de medicamentos para animais | Sem restrição de horário |
Atividades de serviços e serviços de uso coletivo, exceto os especificados no art. 2º do Decreto nº 17.328, de 8 de abril de 2020 | Sem restrição de horário |
Atividades industriais | Sem restrição de horário |
Restaurantes (delivery ou retirada na porta) | Sem restrição de horário |
Banca de jornais e revistas | Sem restrição de horário |