Depois de ser filmada pelo ex-companheiro enquanto agredia a fillha, de 7 anos, uma mulher, de 25 anos, foi presa em Montes Claros. Pelos registros, a suspeita teria usado um fio de extensão para agredir a criança, desferindo socos na cabeça da vítima, que sofreu lesões na boca, no tórax e nas pernas. Com as imagens, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) ratificou a prisão em flagrante da mulher por tortura. O ex-companheiro dela também foi preso, já que usou o vídeo para forçar uma reconciliação e deixou de socorrer a criança. Ele foi autuado por extorsão e omissão de socorro.
Pelos levantamentos, o casal estava separado há cerca de um ano e havia medida protetiva em desfavor dele, determinando, inclusive, afastamento do lar. O homem confessou à Polícia Civil que, ontem (13/4), quando foi levar leite para os dois filhos, fruto do relacionamento com a suspeita, presenciou as agressões e filmou a cena. Alegou, ainda, que não socorreu a vítima porque a menina não é filha dele. Em relação ao crime cometido pela mulher, a Delegada Mônica Brandi explica que tortura é uma modalidade penal que pressupõe a prática do ato infligindo um grande sofrimento físico e mental na vítima. “Pelo vídeo enviado à PCMG, é possível comprovar o grande sofrimento vivido pela vítima no momento em que era agredida”, afirmou. Mônica acrescentou que, durante o interrogatório, a mãe disse ter sido a primeira vez que ela teria agredido a filha.
O fio de extensão, usado nas agressões, foi apreendido. O casal encontra-se à disposição da Justiça no Sistema Prisional, e a criança está sob os cuidados de uma tia paterna.
Além de investigar sobre possíveis agressões anteriores, com oitivas de vizinhos, familiares e equipe do Conselho Tutelar da cidade, a Polícia Civil irá providenciar atendimento psicológico para a criança.