Estudar fora do país requer cuidado e planejamento; ter dupla cidadania pode facilitar e baratear o acesso ao sistema de ensino europeu
Estudar fora do país é o sonho de muitas pessoas que buscam enriquecer o currículo acadêmico ou ter uma formação mais específica em determinada área.
Para os apaixonados por artes, moda, cultura, gastronomia ou música, a Itália parece ser o destino mais sedutor. Além de ser o berço da cultura, o idioma não é tão difícil de adaptar por ter a mesma raiz latina que o português, o povo é amistoso e afetuoso como os brasileiros.
O clima também ajuda bastante já que em algumas regiões é possível encontrar invernos amenos e chuvosos e verões rigorosos e secos, que não são novidade para quem vive no Brasil.
Apesar de toda a proximidade entre as duas nações, assim como para estudar em qualquer outro país, a palavra de ordem para esse tipo de viagem é antecedência. Quanto antes começar a se organizar, mais chances p estudante terá de obter sucesso na empreitada.
Abaixo seguem algumas dicas de planejamento para uma viagem desse tipo.
Organizar o orçamento
O primeiro passo para organizar uma viagem de intercâmbio é conhecer as próprias finanças. Como fazer isso?
É preciso colocar todos os gastos em uma planilha ou em aplicativos. Devem estar as despesas fixas, cartão de crédito, gastos extras. Tudo que entra e o que sai da conta bancária.
Com domínio do orçamento, é hora de fazer um levantamento do custo de vida na cidade pretendida. Devem entrar nessa lista: passaporte, visto, passagens, tarifas, gastos com agências de viagens, transporte, hospedagem, alimentação, medicamentos, seguro, despesas pessoais e até passeios, gorjetas e presentes.
E o gasto mais importante para quem está indo estudar na Itália: o valor do curso pretendido porque mesmo as faculdades públicas cobram uma taxa de matrícula anual por lá. Essas mensalidades e taxas custam entre € 850 e € 2 mil. Cursos como Medicina, Odontologia e Farmácia podem ter custos mais altos.
Conhecer o sistema de ensino italiano
Antes de começar a planejar a temporada italiana, é preciso saber que há diferenças importantes entre os sistemas de ensino dos dois países.
A vida acadêmica na Itália é dividida em dois ciclos: Corsi di Laurea ou Laurea Triennale, que corresponde à nossa graduação, com duração de três anos; Laurea Magistrale ou Laurea Specialista, equivalente ao mestrado, com duração de dois anos.
Com isso, em mente é hora de o estudante escolher o curso que melhor atende aos seus objetivos e orçamento.
Importante saber que cada uma das universidades italianas apresenta uma área de estudo de destaque. Por exemplo, na Universidade da Bolonha e na Universidade de Belas Artes de Veneza estão os melhores cursos de relações internacionais do país. Já na Universidade de Trento, o forte são os cursos da área de engenharia.
Veja abaixo uma lista com as principais universidades e suas áreas de destaque:
- Universidade Politécnica de Milão: cursos de costura, arte e engenharia;
- Scuola Normale Superiore di Pisa: foco nos cursos das ciências aplicadas;
- Scuola Superiore Sant’Anna: foco em artes, arqueologia, literatura, física e matemática.
Vistos para estudante
Quem está indo estudar na Itália por um período de até 90 dias está isento de visto, basta ter um passaporte válido. Essa informação é importante para quem pretende fazer apenas cursos rápidos.
No entanto, se o intercâmbio pretendido durar mais de três meses será necessário tirar o visto de estudante e pagar uma taxa de aproximadamente € 50.
São vários os tipos de visto para estudante e a escolha vai depender do seu objetivo:
- De estudo geral;
- De Matrícula na Universidade;
- De curso universitário único;
- De pós-graduação;
- De estudo e intercâmbio e mobilidade;
- De estudo-estágio;
- De formação profissional-estudo.
Cada um desses possui requisitos específicos disponibilizados no site da Embaixada Italiana.
Ao contrário de outros países do globo, na Itália é possível trabalhar com o visto de residência para estudo, desde que seja respeitado o tempo máximo de 20 horas semanais, mesmo durante todo o ano e por não mais que 1.040 horas por ano.
Além disso, o cidadão brasileiro que consegue tal autorização de estadia também pode circular por todos os países do espaço Schengen (todos os países-membros da União Europeia, com exceção do Reino Unido e Irlanda, mais Islândia Noruega e Suíça).
Dupla cidadania
Um dos motivos da Itália ser tão sedutora para os brasileiros são os laços culturais estreitados pela migração de italianos para o Brasil no final do século 19.
Para aqueles que têm origem italiana, todo esse processo pode ser facilitado com a conquista da dupla cidadania. Têm direito a requerer essa documentação filhos, netos, bisnetos e toda a descendência de italianos, sem limite de geração.
A única exceção para o Jure Sanguinis (direito de sangue) é no caso de filhos estrangeiros de mãe italiana nascidos antes de 1948. A legislação não permite que esses descendentes tenham direito à dupla cidadania.
Além desses, também podem ter direito a essa documentação:
- Filhos nascidos de união não matrimonial;
- Reconhecimento de paternidade ou maternidade durante a minoridade do filho;
- Adoção;
- Casamento de mulheres com descendentes de italianos;
- Filhos de italianos naturalizados brasileiros.
Uma vez considerado cidadão italiano, o brasileiro que reside na Itália terá acesso aos mesmos benefícios e estará sujeito aos mesmos deveres que os nativos.
Isso inclui a livre circulação por toda a União Europeia, direito à saúde, educação, moradia e trabalho em qualquer país europeu. Também será direito do cidadão ítalo-brasileiro, viagem aos EUA sem visto, socorro em qualquer embaixada europeia do mundo.
Além disso, poderá concorrer a bolsas de estudo ofertadas pelo Estado ou por organizações e fundações, terá melhores chances no mercado de trabalho europeu e também uma qualidade de vida muito superior àquela encontrada no Brasil.
Apesar de todas as vantagens, é importante alinhar as expectativas e saber que não é um procedimento simples, podendo levar de seis a 12 anos para ser concluído. E que vai exigir do aspirante a cidadão italiano entre R$ 10 mil e R$ 30 mil.
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