A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou, hoje (16), a terceira morte associada à síndrome neufroneural atribuída ao consumo da cerveja pilsen Belorizontina, da Backer. Segundo a corporação, trata-se de um homem de 89 anos, morador da capital mineira. Ele estava internado em uma das unidades da rede de saúde Mater Dei, a mesma rede onde morreu, ontem (15), a segunda vítima da síndrome.
O corpo da mais recente vítima fatal da síndrome foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) esta madrugada, onde será submetido a novos exames para auxiliar as autoridades a tentarem estabelecer a causa da morte. O laudo deve ficar pronto em até 30 dias.
A suspeita de uma quarta morte causada pela ingestão da cerveja ainda não foi confirmada nem pela Polícia Civil, nem pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais. Trata-se de uma moradora da cidade de Pompéu, a cerca de 170 quilômetros de Belo Horizonte. De acordo com a Secretaria de Saúde do município, a mulher morreu no dia 28 de dezembro, e o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-MG) já foi notificado.
A secretaria informou, ainda, que a mulher, cujo nome não foi divulgado, esteve em Belo Horizonte entre os dias 15
e 21 de dezembro e, de acordo com parentes, consumiu a cerveja Belorizontina nesse período.
Mortes
A primeira das três mortes por intoxicação já reconhecidas pela Polícia Civil foi registrada na noite de 7 de janeiro, em Juiz de Fora. Exames a que a vítima foi submetida antes de morrer confirmaram a presença de dietilenoglicol no sangue. O homem, cujo nome e idade não foram oficialmente confirmados, foi sepultado no município mineiro de Ubá.
Todos os pacientes internados devido à síndrome nefroneural apresentaram insuficiência renal aguda de evolução rápida, ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas, e alterações neurológicas centrais e periféricas, que podem ter provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório, paralisia, entre outros sintomas.
Peritos já encontraram vestígios de uma substância tóxica usada em sistemas de refrigeração devido a suas propriedades anticongelantes, o dietilenoglicol, no sangue de vários pacientes, em vasilhames lacrados de três lotes da cerveja Belorizontina e na linha de produção da fábrica da Backer, em Belo Horizonte. A cervejaria, no entanto, afirma que não emprega a substância tóxica na preparação da bebida.
Até ontem (15), a Polícia Civil já tinha recebido notificação de 18 casos suspeitos de intoxicação, e em quatro a intoxicação por dietilenoglicol foi atestada. Preventivamente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou que a Cervejaria Backer retire de circulação todas as suas cervejas e chopes produzidos desde outubro do ano passado até o dia 13. A suspensão da venda se manterá até que fique assegurado que os outros produtos da Backer não estão contaminados. “A medida é para preservar a saúde dos consumidores”, informou o ministério em nota.
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