EXPOSIBRAM inicia em Salvador com debates sobre COP30, sustentabilidade e inovação mineral

Nesta segunda-feira (27), Salvador foi palco da abertura do maior evento de mineração da América Latina, a EXPOSIBRAM 2025 (Expo & Congresso Brasileiro de Mineração). Reunindo mais de 30 mil líderes, executivos e especialistas do setor mineral no Centro de Convenções, na Boca do Rio, o congresso vai impulsionar negócios e movimentar a capital baiana até a próxima quinta-feira (30).

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Na cerimônia de estreia, o governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT), destacou a importância da realização do congresso em meio às negociações para a construção da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) e de dois portos para o escoamento de produção em Ilhéus.

“A Bahia precisava de um evento como este, pelo potencial que nós temos, pela riqueza natural que nós disponibilizamos, mas, acima de tudo, pelos investimentos que fazemos na área de mineração. A expectativa é chamar atenção para o potencial que nós temos, apresentando o que a Bahia tem pra dialogar com o mundo de forma sustentável e responsável”, diz.

O presidente da Companhia Baiana de Produção Mineral (CBPM), Henrique Carballal, celebrou o recorde de público no evento e a potência do estado em fornecer minérios para o desenvolvimento sustentável da indústria.

“A emergência climática impõe ao Brasil e à Bahia a responsabilidade de se preparar para explorar minerais críticos com base em critérios técnicos e ambientais rigorosos. Nosso solo e nossa força de trabalho têm condições de transformar a Bahia em locomotiva da transição energética, atraindo investimentos, fortalecendo a indústria e diversificando a economia”, explica.

A Bahia é o terceiro estado com as maiores produções minerais do país, perdendo apenas para Minas Gerais e o Pará. Somente no 1ª trimestre de 2025, o estado faturou R$ 3,5 bilhões e contribuiu com 3,7% da exportação nacional. Das 93 substâncias minerais produzidas no Brasil, 47 são produzidas em solos baianos.

Para Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), o setor vive um momento histórico, conquistando um papel central para a geopolítica diante da crise do aquecimento global.

“O futuro estendeu a mão para a mineração, pelo fato de que se nós queremos passar de uma sociedade cuja base de energia é fóssil e que está nos levando a ter cada vez mais eventos extremos e aquecer a terra pela liberação que é feita do CO2. Não há possibilidade de passar para uma sociedade, para uma economia de base renovável, sem os minerais”, declara.

“Sem minerais, não há a menor possibilidade de que avance no sentido da digitalização, no sentido da inteligência artificial, enfim, do futuro em termos de inovação e tecnologia”, concluiu Jungmann.

Na abertura do evento, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (Avabrum) subiu ao palco para ler um manifesto em memória das 272 vítimas da tragédia ocorrida em 2019.

“Precisamos conscientizar para que tenhamos uma mineração segura e que coloque a vida em primeiro lugar. Que não seja uma fábrica de matar pessoas e o meio ambiente. Nossa luta é pela segurança e pela vida”, declarou Nayara Cristina, presidente da entidade.

Além de políticos e referências do setor mineral, a solenidade de abertura da EXPOSIBRAM 2025 também celebrou a pluralidade da cultura baiana. Com o auditório lotado, o afoxé Filhos de Gandhy animou o espaço com suas canções e atabaques de 76 anos de tradição. A cerimônia contou também com a presença da banda Didá, primeiro grupo afro brasileiro 100% feminino, entoando o hino do Brasil, da Bahia e o “Canto da Cidade” com uma percussão efervescente.

Nos próximos três dias, a programação do congresso promete discutir sobre políticas internacionais, COP30, diversidade, responsabilidade social e inovação entre os 400 estandes, cinco palcos com painéis simultâneos e sessões magnas.