Os números não mentem. Nos Estados Unidos, a bilheteria de filmes em 3D está ano após ano em constante queda, mesmo com número maior de produções no formato. O recente lançamento de Projeto Gemini com Will Smith do diretor Ang Lee não foi capaz de arrecadar grandes somas e decepcionou na bilheteria, mesmo investindo o que há de mais moderno em tecnologia e com elenco de peso. Estes talvez sejam sinais de que o cenário vai mudar em relação ao 3D.
O diretor de arte digital e especialista Fernando 3D, acredita que apesar do declínio no faturamento não apenas nos Estados Unidos, principal mercado mundial do cinema, como no mundo inteiro deve-se a outros fatores e que a tecnologia não está com os dias contados: “Acho que o 3D, em parâmetro tecnológico, está em um nível hoje que ainda sim é admirado por todos. Tivemos aí Rei Leão como um belo exemplo diz. Mas eu acho que ele está em baixo de um monte de entulho e de saturação. Comparo ao lançamento de um álbum de um artista, em que você escuta muitas vezes as músicas até que se cansa e para de ouvir em busca de um novo repertório. Acredito na saturação pela grande oferta de títulos, mas não no fim do formato”.
Em 2016, os filmes em 3D geraram receita de US 1,6 bilhão nos Estados Unidos, uma queda de 8% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, a receita geral da bilheteria alcançou maior número da história: US$ 11,4 bilhões. Ou seja, apenas 14 % disso veio do 3D.
Fernando 3D também acredita que a saturação do mercado se decorreu por culpa dos próprios cineastas: “A saturação do 3D não foi culpa da tecnologia e sim da persistência no uso do mesmo pra tudo. Tivemos o ápice (o filme Avatar é um exemplo) e a partir daí foi um atrás o outro, e de novo, e de novo. Até que saturou e agora. Absorvemos moderadamente. Digamos que o cinema 3D se tornou um entretenimento a mais e especial. Mas não tão avassalador”.
O especialista aposta na renovação e nas novidades da tecnologia como forma de retomar os dias de glória do 3D: “está vindo aí a nova era. O Deepfake e o 4D. Alias, observem que o deepfake, é uma tecnologia inteligente que não foi feito só para memes de políticos. É uma das tecnologias q mais estou estudando, lendo e observando e aprendendo, porque ela veio como um aprimoramento da tecnologia 3D, e as duas juntas criam uma sinergia muito forte, com potencial de entregar resultados impressionantes a um público ávido por novidades”.
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