Deep fake é a inclusão de um rosto de uma pessoa (famosa ou não) em um outro corpo digitalmente. A polêmica técnica de edição de vídeo tem sido usada tanto no cinema como em vídeos da internet e tem seu lado positivo e negativo, pois pode tanto ajudar como atrapalhar, já que com inserções cada vez mais realistas proporcionadas pela tecnologia pode-se falsificar vídeos e incriminar pessoas, sendo considerado até mesmo uma ameaça à democracia por veículos norte-americanos.
No Brasil, o diretor de arte digital Fernando Rodrigues de Oliveira, conhecido como Fernando 3D, é um dos entusiastas da técnica e comenta sobre o uso dela na computação gráfica e como se tornou popular: Embora essa tecnologia não seja exatamente nova, ela tem sido mais utilizada e conhecida recentemente, graças a internet, depois que colocaram o rosto da atriz Gal Gadot (Mulher Maravilha) em um corpo de uma atriz pornô e tornaram o vídeo viral. A partir daí criaram-se vários memes usando rostos de políticos como os presidente Donald Trump e Jair Bolsonaro, juntamente e o ex-presidente Lula. Um dos precursores dessa “brincadeira” é o Bruno Sartori com seus vídeos para o YouTube”.
O especialista explica também como a técnica se tornou útil no cinema e cita alguns filmes que empregaram o deep fake: A técnica vem sendo usada com sucesso em Hollywood porque ajuda em vários momentos na melhoria da execução da cena, até mesmo em conversão de falas, onde pode acontecer de última hora o diretor decidir mudar uma cena específica, seja por alguma questão contratual ou de roteiro. O deep fake já foi usado em filmes como Benjamin Button, Star Wars, Capitão América – primeiro vingador, Liga da Justiça (para tirar o famoso bigode do ator Henri Cavill) e o mais recente, o multimilionário filme de Ang Lee Projeto Gemini, com Will Smith.
Mas como nem tudo são pontos positivos, Fernando 3D alerta que a técnica pode ser usada para fins não tão nobres, como forjar a participação de pessoas em vídeos com interesses escusos: “O que isso pode atrapalhar? Conforme a tecnologia evoluir, cada vez mais devem surgir pessoas falsificando vídeos, seja com pessoas famosas ou até mesmo políticos, usando tipo de tecnologia para deslegitimar alguma prova em vídeo que pessoa tenha contra ela ou até mesmo forjar evidências. Pode parecer que estou exagerando, sendo muito CSI, mas tudo pode acontecer na internet, e com as falsificações ficando cada vez mais sofisticadas, pode ficar difícil distinguir o que é realidade do que é fake”.
Fernando 3D revela que para evitar que a tecnologia seja usada para prejudicar pessoas, as gigantes da tecnologia já estão se unindo para criar meios de detectar os fakes: “As principais empresas do setor como o Facebook e o Google já estão estudando os próximos passos de Deep Fake. Inclusive o Google é um dos ativadores e investidores dessa tecnologia. Esperamos aqui ansiosos por mais evoluções e que a tecnologia seja usada somente para o nosso bem e entretenimento”.