Muriel Ornela, CEO da Beloar, posa ao lado do seu produto
Foto: Heberton Lopes.
Com o retorno gradual das atividades escolares presenciais, o dispositivo ÁguaàLaser, sensor que dispensa o contato físico para pegar água, se tornou parte da estratégia da prevenção à contaminação de microrganismos nas instituições de ensino
Com a vacinação avançando, as escolas públicas e particulares da capital mineira seguem recebendo cada vez mais estudantes para as aulas presenciais. Mesmo com os rígidos protocolos exigidos pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, algumas instituições de ensino estão investindo ainda mais na segurança da comunidade escolar. Como exemplo, há os colégios que decidiram instalar o ÁguaàLaser, criação genuinamente mineira que conquistou o Brasil por ser eficaz na prevenção à contaminação de fungos, bactérias e vírus, como o que causa a Covid-19.
A invenção, criada e patenteada pelo empreendedor mineiro Muriel Ornela, que é o CEO da empresa Beloar, consiste em um sensor infravermelho que dispensa o contato com torneiras e botões para pegar água em garrafas e copos. Com a instalação do equipamento, que pode ser adaptado em qualquer tipo de bebedouro, o risco de ser contaminado por qualquer microrganismo que esteja na superfície e possa prejudicar a saúde é totalmente anulado. Em Belo Horizonte, 40 escolas públicas e 36 instituições de ensino particulares adotaram a tecnologia, além de universidades, repartições públicas e indústrias. Ao todo já foram vendidas mais de 2.500 unidades para todo o Brasil desde o início da sua comercialização, em junho de 2020.
De acordo com Muriel Ornela, a instalação do ÁguaàLaser acaba se tornando uma medida eficaz e econômica para as escolas. “O uso do bebedouro com jato inclinado, aquele em que a pessoa bebe água direto da bica e que o contato manual para o acionamento da torneira é necessário, não é recomendado pela Anvisa e já foi proibido pela Prefeitura de Belo Horizonte, justamente pela necessidade de apertar botões e ter que aproximar o rosto para beber água. Com o nosso produto, que é facilmente adaptado nos bebedouros já existentes, não é necessário interditar os bebedouros e muito menos comprar bebedouros com sensor de fábrica, que são bem mais caros. Além disso, ao adaptar os bebedouros com o nosso sensor touchless, a necessidade de instalação de pia, dispensador de álcool ou qualquer outra substância sanitizante ao lado do bebedouro será eliminada, pois os usuários poderão pegar água em seus recipientes individuais sem precisar tocar em nada. O ÁguaàLaser já é utilizado com eficiência por diversos órgãos públicos, empresas e instituições de ensino”, relata o empreendedor.
“Muitas vezes, o brasileiro possui o hábito de não agir preventivamente. O ÁguaàLaser é uma tecnologia que já deveria existir, pois todo mundo encosta a mão nos bebedouros para beber água, é algo muito anti-higiênico. Se você fizer uma pesquisa perguntando se as pessoas estão seguras em beber água em bebedouros de uso coletivo, aposto que, ao pensarem sobre a resposta, irão responder que não é algo que traz uma total segurança para a sua saúde e higiene. Com o nosso dispositivo, elas vão se sentir mais seguras e consumir mais água, mesmo nos locais públicos. O impacto desta tranquilidade de consumir água em ambientes públicos pode ser uma maior hidratação para a população, aumentando a imunidade, principalmente agora no inverno. Isso irá ser benéfico para empresas e o governo, pois reduzirá as faltas dos trabalhadores e os gastos públicos com o sistema de saúde”, opina Muriel Ornela.
Ao evitar o contato físico com superfícies, o benefício vai além de evitar a Covid 19, pois várias outras doenças podem ser evitadas, principalmente no inverno, onde há um aumento de circulação de vírus e casos de doenças respiratórias. Desta forma, o dispositivo touchless tem grande importância dentro das estratégias de prevenção a contaminações.
Confira alguns microrganismos que podem ser prejudiciais à saúde humana e que, nos bebedouros convencionais, são facilmente transmitidos:
Bactérias:
Acinetobacter spp. (Infecção do trato respiratório, pneumonia, infecção da ferida, bacteremia)
Campylobacter spp. (Gastroenterite – diarreia)
Clostridium difficile (Gastroenterite – diarreia, colite pseudomembranosa)
Enterococcus spp (Endocardite, meningite, infecção relacionada ao cateter hospitalar)
Escherichia coli (Gastroenterite – diarreia, peritonite, infecção do trato urinário)
Klebsiella spp. (Infecção do trato urinário, pneumonia, infecção do trato respiratório)
Salmonella spp. (Febre entérica, gastroenterite-diarreia)
Staphylococcus spp (Gastroenterite-diarreia, infecção de pele, pneumonia, infecção relacionada ao cateter hospitalar)
Fungos:
Aspergillus spp. (Infecção pulmonar, infecção de pele, infecção do sistema nervoso central, endocardite)
Candida spp. (Candidíase oral e vaginal)
Vírus:
Coronavírus spp. SARS (síndrome respiratória aguda grave) e MERS (síndrome respiratória do Oriente Médio)
Influenza vírus (Gripe)
Norovirus (Gastroenterite – diarreia)
Rotavirus (Rotavirosos – diarreia aguda)
Inclusão social e acessibilidade
Além de evitar a contaminação por doenças, o ÁguaàLaser proporciona outros benefícios importantes, como a melhoria na acessibilidade para pessoas com deficiência. “Além da Covid-19 e prevenção de vírus, o produto atua também na linha do importante assunto que é um dever de todos: contribuir para que a sociedade seja mais inclusiva. Com a liberação do fluxo de água por sensor de aproximação, idosos, pessoas que sofreram AVC ou a perda de movimentos, cadeirantes e pessoas amputadas poderão consumir água com mais facilidade. Isto se dá pelo motivo que, diferente dos bebedouros convencionais, só será preciso usar uma das mãos para beber água, ou seja, bastará aproximar o copo ou garrafinha à frente da torneira de sensor que a água sairá. Isto gera uma maior independência e aumenta a autoestima destas pessoas com necessidades especiais”, exemplifica.
A Beloar desenvolveu três tipos de torneiras com sensor que se adaptam aos principais bebedouros do mercado: bebedouro industrial, bebedouro de pressão e bebedouro acessível. Esses modelos são os mais comuns, pois são ligados na rede hidráulica e abastecidos por água encanada, previamente tratada pela estação de tratamento da cidade.
Tecnologia nacional
O CEO da Beloar explica que o principal obstáculo tecnológico enfrentado pela equipe foi fazer com que o sensor infravermelho funcionasse no sol, o que é comum em escolas, já que muitos bebedouros ficam em locais que recebem raios solares em algum período do dia. “Começamos a conceber o produto com um sensor que já vinha pronto de fábrica, mas foi preciso criar um próprio, com uma tecnologia e código fonte desenvolvida por nós. Todos os sensores infravermelhos comercializados, inclusive de torneiras de grandes fabricantes nacionais e internacionais, como a XIAOMI, não possuem tal tecnologia e ou não funcionam no sol (não sai água quando o produto está exposto ao sol) ou sai água sem cessar (o sensor aciona sozinho e libera água sem necessidade). Todos esses fabricantes que utilizam esse tipo de sensor nas torneiras orientam que o produto não fique exposto ao sol, mas a maioria dos bebedouros ficam em áreas abertas e não poderia ter essa restrição. Com esse impasse, nossos engenheiros trabalharam muito no laboratório com testes e ensaios e conseguiram chegar em uma variável em que o produto funciona em qualquer ambiente, além de termos conseguido alcançar um custo inferior a qualquer sensor do mercado. Podemos dizer que apesar de ser uma empresa nacional e de pequeno porte, conseguimos superar a tecnologia de grandes indústrias nacionais e internacionais, e viabilizar a prevenção contra a Covid-19 nos bebedouros com um custo acessível”, completa.
Site da empresa: www.beloar.com.br
Loja on-line: https://loja.beloar.
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