Investir na poupança já foi um bom negócio, conseguindo boa rentabilidade
Hoje, a maior vantagem para o investidor nesse tipo de aplicação é na busca por liquidez, que no caso da poupança é imediata, mesmo em fins de semana ou feriados.
Sem outros grandes benefícios para os investidores, muitos estão migrando para ativos como o Tesouro Direto e os CDB’s.
Como funciona
A Poupança tem uma rentabilidade atrelada à taxa Selic. Ela sempre está abaixo de ativos que rendem acima da taxa básica de juros do Brasil.
Por isso, não vale a pena deixar o dinheiro na Poupança se o objetivo for a rentabilidade.
Em termos de segurança, investimentos na caderneta de poupança também não são muito atrativos. Como são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) no limite máximo de R$ 250 mil por pessoa, caso o investidor tenha mais do que esse valor investido em um banco, ele pode ficar no prejuízo diante de uma eventualidade.
Considerando os três elementos fundamentais na análise de ativos, rentabilidade, segurança e liquidez, o grande diferencial da poupança é mesmo a liquidez, ou seja, o resgate rápido do dinheiro investido.
Entretanto, esse não costuma ser um diferencial considerável, uma vez que existem outros ativos mais rentáveis com resgate rápido, como aqueles em que o dinheiro pode ser retirado em até 24 horas. Além do fato de que, com uma rentabilidade baixa, deixar o dinheiro na poupança não difere muito de deixar na conta-corrente.
O cenário hoje
O comportamento da Selic afeta diretamente o resultado da Poupança. Quando a taxa fica igual ou abaixo de 8,5%, como ocorre atualmente, o rendimento da poupança é de 70% da Selic somados a uma taxa conhecida como Taxa Referencial (TR), que costuma ter um valor próximo de zero. Quando a Selic supera os 8,5%, a rentabilidade é de 0,5% ao mês acrescidos à TR
Em abril de 2020, o Comitê de Política Monetária (Copom, reduziu a Selic de 4,25% para 3,75% ao ano.
No momento, é o menor patamar histórico desse índice. Em tempos de pandemia, a tendência é que o Copom continue reduzindo esses valores com o objetivo de preservar a economia diante de uma queda brusca das atividades do setor produtivo.
A ideia é que os juros baixos funcionem como um estímulo para financiamentos em uma época de dificuldades.
Sabendo que a recuperação da economia tende a ser demorada, fica difícil acreditar que essa política será alterada ainda em 2020.
Assim, o rendimento da poupança acaba sendo muito baixo. Isso faz com que seja um ativo especialmente desinteressante na comparação com ativos de renda fixa que rendem de acordo com outros parâmetros.
Existem também ativos que funcionam de acordo com a inflação, por exemplo, e outros que têm rentabilidade previamente determinada, independentemente do comportamento do mercado.
Ativos como as ações evoluem de acordo com o desempenho das empresas, o que permite uma alta rentabilidade.
Ainda vale a pena investir na poupança?
A resposta seria “não”, mesmo antes da pandemia atingir o Brasil. Como o corte na taxa básica de juros tem sido uma tendência nos últimos anos, não há motivos para acreditar que é possível ganhar um bom dinheiro investindo na poupança.
Com o cenário atual, em que há desvalorização de ativos que certamente apresentam potencial de recuperação futura, uma solução interessante seria migrar da poupança para investimentos que estão abaixo de seu valor de mercado. Os Fundos de Investimentos Imobiliários, conhecidos como FII’s, são um exemplo disso.
Mesmo que a necessidade do investidor seja a de deixar seu dinheiro em um lugar seguro para que possa fazer o resgate rápido, é preciso que tenha em mente que a opção pela poupança pode fazer com que perca dinheiro a longo prazo.
Afinal, trata-se de um ativo que não preserva seu poder de compra em relação à inflação e à taxa básica de juros do país.