Pelo segundo mês seguido a inadimplência entre os moradores de Belo Horizonte apresentou redução. Em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Mai.19/Mai.18), foi registrada uma leve queda de 0,29% no número de consumidores com o nome inscrito no cadastro de devedores do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Esse resultado pode ser explicado devido a queda do desemprego na capital de 1,4 ponto percentual (1º Tri.19 em 12,5%/1º Tri.18 em 13,9% – IBGE). “Ao retornar para o mercado de trabalho os consumidores voltam a ter renda e com isso conseguem destinar uma parcela de seus recursos para a quitação de seus débitos e assim sair da inadimplência”, comenta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva. “É fundamental para o aquecimento da economia a redução do endividamento, pois assim as pessoas conseguem voltar para o mercado de crédito e a consumirem”, acrescenta Souza e Silva. Já na variação mensal (Mai.19/Abr.19), a inadimplência aumentou 0,79%, mas apesar da alta, o resultado registrado é menor do que o apresentado na mesma base de comparação nos dois últimos anos.
Entre os gêneros, a inadimplência apresentou redução entre homens e mulheres, porém a retração foi menor para o público feminino (-0,69%), enquanto no masculino foi de -1,68%. Essa diferença é justificada pela taxa de desemprego permanecer maior entre as mulheres (1º tri.19 em 14,9% para as mulheres/1º tri.19 em 10% para os homens – IBGE). “Com mais dificuldade para retornar ao mercado de trabalho, as mulheres seguem com menos renda disponível para o pagamento de suas contas atrasadas”, esclarece o presidente da CDL/BH. Além disso, outro fator que contribui para explicar a inadimplência maior do público feminino é que os rendimentos reais também são menores para elas (Mulheres R$ 1.545/Homens R$ 2.114 – 1º tri.19 – IBGE). Por faixa etária, a inadimplência apresentou maior crescimento entre as pessoas com mais de 65 anos, com alta de 20,7%.
Belo-horizontinos estão com menos dívidas. Em maio foi registrada redução de 3,92% no número de débitos em atraso
Os consumidores da capital estão com menos dívidas em atraso. Em maio houve queda de 3,92% no número de débitos vencidos na comparação com o mesmo mês no ano anterior (Mai.19/Mai.18). “Os belo-horizontinos vêm tentando organizar sua situação financeira e realizar, aos poucos, o pagamento de suas dívidas”, comenta o presidente Souza e Silva. Na variação mensal (Mai.19/Abr.19) houve um acréscimo de 1,33% no número de dívidas em atraso.
Assim como mostrado no Indicador de Inadimplência, a maioria das dívidas (16,06%) está entre as pessoas com mais de 65 anos. Nessa faixa de idade encontram-se os aposentados, que normalmente têm um aumento de gastos com a saúde e alimentação, impedindo que eles destinem seus recursos para o pagamento dos débitos. “As pessoas nesta faixa etária também são as responsáveis financeiras pelas famílias, e sentiram mais no bolso os reflexos da elevação das despesas. Muitos, inclusive, vivem apenas com a renda da aposentadoria, o que dificulta que sobre recursos para a quitação das dívidas”, esclarece Souza e Silva. Entre os gêneros, em ambos o número de dívidas vêm caindo, mas entre as mulheres o recuo foi menor, de 4,43%. Já entre os homens, a queda foi de 5,12%.
Inadimplência e dívidas das empresas crescem em maio
O número de empresas com contas em atraso e registradas no cadastro de inadimplentes cresceu 3,88% na variação anual (Mai.19/Mai.18). Na comparação com o mês anterior (Mai.19/Abr.19), houve alta de 1,23% na inadimplência. “A economia do País ainda não conseguiu retomar o ritmo de crescimento necessário para recuperarmos as perdas dos últimos três anos e permitir que os empreendimentos consigam quitar todos os seus débitos, por isso as empresas seguem inadimplentes”, explica o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza. Apesar das altas, o ritmo de crescimento é menor do que o apresentado nos anos anteriores.
Já o número de dívidas contraídas em nome de pessoas jurídicas avançou 1% na comparação mensal (Mai.19/Abr.19). “A elevação das dívidas ainda é reflexo das dificuldades financeiras geradas com a crise. A melhora da atividade econômica ainda não tem sido suficiente para que as empresas saiam completamente do endividamento”, conclui o presidente da CDL/BH. Já na variação anual (Mai.19/Mai.18), a quantidade de contas em atraso recuou levemente em 0,14%.