A falta de planejamento financeiro é um dos principais fatores que levam os consumidores da capital a gastarem acima do limite do cartão de crédito. Pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) mostrou que 41,9% dos belo-horizontinos, sempre ou quase sempre, não conseguem chegar ao final do mês sem ultrapassar o limite do cartão de crédito. “Este percentual é elevado e mostra que as pessoas ainda não possuem o hábito de planejar seus gastos e usam o crédito, muitas vezes, como complemento de sua renda. Este comportamento é preocupante, pois esse tipo de dívida é uma das mais caras do mercado e pode levar à inadimplência”, explica a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos. Já 32,5% dos entrevistados afirmaram que, raramente ou nunca, extrapolam o valor máximo de compras no cartão de crédito.
Entre os gêneros, as mulheres são as que mais ultrapassam o limite do cartão (44,3%). O percentual dos homens é de 39,5%. “Esse resultado comprova o fato do público feminino estar mais inadimplente na capital”, comenta a economista. A pesquisa mostra que a classe E (52,9%) é a maioria neste perfil. Já os idosos (83,3%) e as classes A/B (32,7%) afirmaram que não nunca realizam compras no cartão de crédito acima do limite. “Estes dados demonstram a preferência pelo pagamento à vista pelos mais velhos e o maior controle das finanças nas classes A/B”, justifica Ana Paula.
Oito em cada dez belo-horizontinos usam cartão de crédito/débito
De acordo com o levantamento da CDL/BH, 86,6% dos consumidores da capital possuem cartão de crédito/débito. Entre eles, 37,9% afirmaram que têm dois cartões. A classe E é a que menos utiliza esse meio de pagamento (26,9%). Já nas classes A/B, praticamente todos possuem cartões (98,1%).
Perguntados sobre a frequência que utilizam o cartão de crédito, a maior parte dos entrevistados (68,1%) afirmou que é sempre ou quase sempre. As mulheres (71,8%), os adultos (79,7%) e as classes A/B (81,1%) são os que mais fazem uso do cartão de crédito.
Já quando questionados sobre os hábitos de uso do cheque especial, os belo-horizontinos afirmaram, em sua maioria, que raramente ou nunca usam este recurso como complemento da renda (52,2%). Já os que afirmaram que, sempre ou quase, sempre usam o cheque especial somam 4,4%, e 30,7% não utiliza esta modalidade de pagamento.
Mais de 60,0% dos consumidores da capital optam pelo pagamento à vista de suas compras
De acordo com a pesquisa, a forma de pagamento preferida para as compras é à vista (58,0%). O dinheiro (30,3%) e o cartão de débito (25,4%) são os meios mais utilizados, seguidos por à vista no boleto bancário (2,1%) e à vista no cheque (0,2%). A preferência pela forma de pagamento à vista (dinheiro e cartão de débito) é maior entre os idosos (83,3%) e jovens (64,4%). “Essa parte da população está evitando a tomada de crédito e as compras parceladas com o intuito de não ficar inadimplente”, esclarece Ana Paula. “Atualmente, os jovens são os menos endividados na capital (-24,46% – Indicador de inadimplência CDL/BH Abr.18)”, acrescenta a economista da CDL/BH.
Tanto as mulheres (59,7%), quanto os homens (55,7%) realizam a maioria das suas compras à vista, assim como a classe E (58,5%). “A maior concentração nesta forma de pagamento se deve ao fato desta classe social estar mais inadimplente, pois foi a mais afetada pelo desemprego nos últimos anos. Desta forma, ela está impossibilitada de tomar crédito”, esclarece Ana Paula.
O parcelado no cartão de crédito é a segunda opção mais utilizada no momento das compras (34,2%). Na sequência aparecem: à vista no cartão de crédito (6,4%); parcelado no cartão da própria loja (0,8%); parcelado no carnê/crediário (0,3%) e parcelado no cheque (0,2%).
Seguro de automóvel é o produto bancário mais utilizado em Belo Horizonte
Estão disponíveis no mercado diversos produtos bancários e entre os consumidores da capital o mais utilizado é o seguro de automóvel (33,0%). Os consumidores do sexo masculino são responsáveis pela maioria (36,8%) das contratações deste tipo de seguro. Entre as mulheres esse índice é de 29,4%. Em seguida, está o empréstimo em banco/financeira (22,9%). Os demais serviços citados foram: financiamento de automóvel (19,3%); seguro de vida (19,0%); seguro residencial (17,6%); financiamento de casa própria (13,8%); empréstimo para terceiros (9,5%); previdência privada (9,3%) e crédito consignado (3,2%).
Comparando às classes sociais, mais da metade das classes A/B possui seguro de automóvel (61,8%), além do seguro de vida (50,9%) e de residência (41,8%). A classe E é a que menos utiliza produtos bancários. “Isto deve-se ao fato de grande maioria estar inadimplente e não poder utilizar o crédito, além de ter um faixa de renda menor”, analisa a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos. A pesquisa da CDL/BH aponta também que os idosos são os consumidores que mais possuem seguro de vida (25,0%) e seguro residencial (33,3%).
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