O primeiro semestre de 2017 apresentou um cenário mais favorável para as finanças pessoais, de acordo com a Pesquisa de Orçamento Doméstico, elaborada pela Fecomércio MG. O estudo mostra que o percentual de consumidores de Belo Horizonte que faz o planejamento financeiro subiu de 62,2%, em dezembro de 2016, para 68,5%, em junho deste ano. O índice ainda é inferior aos 73,3% apurados no mesmo mês de 2016. No entanto, nesse período, o total de pessoas que programa os gastos mensais e ainda conta com sobra de dinheiro saiu de 50% para 59,3%. No final do ano, eram 45,4%. Além disso, o número de entrevistados que recorre a algum tipo de financiamento para cobrir despesas cotidianas recuou significativamente: de 42,1% para 30,1%.
O economista da Federação, Guilherme Almeida, destaca a importância desses resultados positivos. “Em um momento de crise econômica, traçar objetivos e metas, mantendo as finanças sob controle, é benéfico tanto para o consumidor quanto para o mercado. Isso porque o planejamento reduz os riscos de inadimplência e amplia o poder de compra das famílias”, avalia. Almeida acrescenta que é preciso que a prática de alinhar receitas e despesas se torne efetivamente um hábito para os brasileiros, sendo mantida de forma mais rígida e contínua.
O levantamento revela que, por enquanto, essa situação está distante: apenas 24,2% dos entrevistados que elaboram o orçamento doméstico conseguem cumpri-lo à risca. Já 32,2% realizam as metas parcialmente, enquanto 12,1% não respeitam a planilha proposta. Outro problema é que o total de pessoas que efetuam compras não programadas mantém trajetória crescente nos últimos dois anos: subiu de 25,1%, em junho de 2015, para 31,1%, em dezembro de 2016, e agora chegou a 33,4%.
O estudo da Fecomércio MG também indica que a energia elétrica, citada por 46% das famílias, exerce o maior peso no orçamento. Em seguida, aparecem alimentação/supermercado (39,9%) e água (29,4%). A forma de pagamento priorizada atualmente é o cartão de crédito, apontado por 40,3% dos belo-horizontinos. Esse contexto é diferente do observado na análise de dezembro de 2016, na qual o dinheiro se destacava, com 40,5%, contra apenas 20,8% de consumidores que utilizavam o plástico para essa finalidade.
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