Equipes do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), instituição ligada ao Governo de Minas Gerais, estarão em Governador Valadares (22/6) e Aimorés (23/6) para ouvir as comunidades e oferecer linhas de crédito (capital de giro) atraentes para micro e pequenas empresas. O banco está percorrendo as cidades que foram atingidas pela barragem de Fundão na tragédia de novembro de 2015 com o objetivo de fortalecer pequenos negócios e reativar a economia dessas localidades.
O trabalho vem sendo feito em parceria com a Fundação Renova e outras entidades. A instituição já esteve em Barra Longa, Rio Doce, Mariana e Santa Cruz do Escalvado.
A ação tem dado resultados. A Fundação Renova tem capacitado e cadastrado possíveis fornecedores para executar trabalhos de reparação nas cidades impactadas pelos danos causados pela barragem. No último evento, realizado em Mariana, mais de 300 pessoas assistiram palestras e tiraram dúvidas em relação ao processo de cadastramento.
Já a meta do BDMG é oferecer crédito com juros mais baixos e prazos mais longos, independentemente de a empresa atuar ou não como fornecedora da Renova.
Além do BDMG e Fundação Renova, as palestras de estímulos às economias locais são realizadas em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Serviço Nacional da Indústria (Sine), as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) locais e as associações comerciais dos municípios. Essas entidades atuam como consultoras para esclarecer dúvidas e facilitar a estruturação das empresas interessadas em participar dos processos da fundação.
“Os empresários estão engajados, dispostos a cumprir as etapas e melhorar o seu negócio. O principal desafio é qualificação da mão de obra e o treinamento do empresariado”, afirma Rodrigo Neves, gerente geral de micro e pequenas empresas do BDMG.
“O BDMG tem acompanhado de perto o trabalho da Fundação Renova para entender as realidades locais, oferecendo crédito ao empresariado, que é o principal produto que nós temos”, explica Neves.
O trabalho de reconstrução, que deve movimentar R$ 4,6 bilhões em Minas Gerais até 2020, requer empresas locais preparadas para atender essa demanda de produtos e serviços. Pelo menos 3,8 mil empregos serão gerados na região de Bento Rodrigues a Santa Cruz do Escalvado.
“A nossa expectativa é que, por meio do estímulo à contratação local, sejam gerados novos empregos, diminuindo assim o alto índice de desemprego e dando um alívio à economia”, afirma Geraldo Carvalho, presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Mariana (Aciam). Ele acredita que a região conta com empresas de diversos ramos de atividade capazes de atender as demandas da Renova.
Para garantir que recursos impulsionem economia local, a Fundação Renova vai capacitar e preparar micro e pequenos empreendedores para serem fornecedores de produtos e serviços. “É preciso investir no aperfeiçoamento da equipe. Queremos ver nascer uma nova cidade”, avalia o empresário José Eustáquio Elias “Tati”, proprietário de uma rede de combustíveis em Mariana – e que vai participar do processo.
A meta da Renova é utilizar 70% da mão de obra da própria região, além de destinar 50% do valor investido em contratações de empresas locais. “Acredito que, se a gente aproveitar essa capacitação, vamos nos tornar não apenas um fornecedor da Fundação, mas teremos competitividade para nos apresentar a outras grandes empresas”, diz o empresário Waldir Ramos, do setor de construção civil em Mariana.
“Essas medidas têm o objetivo de garantir que os recursos investidos fiquem nas cidades impactadas e sejam revertidos em desenvolvimento econômico”, ressalta o líder do programa de Estímulo à Contratação Local da Fundação Renova, Paulo Rocha. “A expectativa do empresariado é alta, a gente vive um cenário de crise global, agravado na região de Mariana, mas acreditamos que poderemos ajudar no reaquecimento da economia”, completa.
A Fundação Renova realizou um mapeamento ao longo da bacia do Rio Doce, que traçou o perfil, as vocações e as potencialidades econômicas de cada cidade, de Mariana (MG) a Regência (ES).
As cidades impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão estão recebendo ações de reparação. Esse trabalho de reconstrução prevê a geração de 6 mil empregos diretos até 2020 nos dois estados, a partir de investimentos de cerca de R$ 3,5 bilhões, que deverão alavancar a economia local com o desenvolvimento de novos negócios e geração de renda.
Esse valor, somado à movimentação na cadeia de abastecimento, deve chegar à casa dos R$ 6 bilhões. Se for levada em conta toda a movimentação da rede de fornecedores, a expectativa é de que sejam geradas cerca de 15 mil oportunidades de trabalho.
Os investimentos serão em ações de reassentamento, recuperação de nascentes, manejo de rejeitos, reflorestamento e tratamento de água e esgoto. O mapeamento indica que setores como construção civil, meio ambiente e reflorestamento, agronegócio, comércio e serviço têm forte potencial de desenvolvimento.
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