Arquivo Público Mineiro inicia suas comemorações de 120 anos

Neste sábado (11/7) o Arquivo Público Mineiro, espaço integrante do Circuito Cultural Praça da Liberdade, comemora oficialmente os seus 120 anos de existência. Foi neste dia, em 1895, que o historiador e deputado monarquista José Pedro Xavier da Veiga fundou, em Ouro Preto, a primeira sede que abrigaria um acervo inédito, constituído de documentos sobre a história da Capitania, da Província e do Estado de Minas Gerais.
O casarão onde vivia Xavier da Veiga, e o chalé anexo, serviu como primeiro endereço do Arquivo, que hoje é a mais antiga instituição cultural mineira. A história conta que seu fundador era avesso à ideia de mudança da capital para a Cidade de Minas, que era construída no arraial de Belo Horizonte, como já era chamado o velho Curral del Rei. Como previsto, em 1897 – dois anos depois da fundação do Arquivo – Minas ganharia sua nova capital. Mas a resistência de Xavier da Veiga acabou deixando o Arquivo Público Mineiro em Ouro Preto até 1901, quando Belo Horizonte já entrava no seu quarto ano como principal cidade do Estado.
Doze décadas depois, podemos perceber que a posição do criador do APM foi fundamental para a manutenção de importantes documentos. Essa é a leitura feita do fundador no lançamento da edição de número cinquenta e um da Revista do Arquivo Público Mineiro, que aconteceu nessa quinta-feira (09/07), na sede da instituição. “Graças a José Pedro Xavier da Veiga não desapareceram, nas convulsões da retirada em massa dos ouro-pretanos, papéis e objetos sem os quais se teria perdido a memória de Minas Gerais” escreve o secretário de Estado da Cultura, Angelo Oswaldo, no editorial da histórica publicação.
Passado e presente
Na cerimônia de lançamento da Revista, cuja primeira edição foi coordenada pelo próprio Xavier da Veiga em 1896, o secretário de Cultura lembrou “a importância do acervo do APM na documentação dos últimos 300 anos de Minas”, mas apontou também os desafios que a instituição deverá enfrentar a partir deste ano. “Tanto a casa sede quanto o anexo necessitam de reformas urgentes. E é importante o empenho na construção de um acervo audiovisual. O Arquivo já possui um bom número de filmes importantes que precisam ser disponibilizados aos pesquisadores”, ressaltou Angelo Oswaldo.
O coordenador da publicação, professor Renato Venâncio, afirmou que a nova edição traz os múltiplos significados dos arquivos públicos na sociedade contemporânea, bem como propõe um momento de reflexão a respeito dos desafios enfrentados e a forma de superá-los. “A Revista procura recuperar a história do Arquivo Público Mineiro e apresenta as tarefas que temos pela frente, como a introdução de recursos tecnológicos, de infraestrutura, para que aja um aprimoramento da documentação digital. Devemos pensar como guardaremos a memória de Minas por mais 300 anos”, disse o professor.
A Orquestra Sinfônica da Policia Militar de Minas Gerais se apresentou no evento, que contou com a presença da ex-superintendente, professora Vilma Santos, do atual diretor, Thiago Veloso, e do secretário-adjunto da Cultura, Bernardo Mata Machado. A Revista do Arquivo Público tem o apoio do Programa Cultural da Cemig