Depois de estrear há 22 anos negando princípios básicos do rock, banda incorpora bateria e amplificadores na versão ao vivo do 12º álbum, com o qual pretende reafirmar sua identidade
Juntos há mais de duas décadas, John Ulhoa, Fernanda Takai e Ricardo Koctus desafiam clichês do rock e assumem autorreferências: nova fase do Pato Fu tem retorno de guitarras e repertório antigo
Diz o clichê: banda de rock tem que tocar alto. Para tal, você precisa de um baterista virtuose e de amplificadores muito grandes que façam com que os riffs do guitarrista ecoem até os limites do suportável. Pois 22 anos e meio atrás, um trio de Belo Horizonte fez exatamente o contrário. Era baixo e guitarra e uma bateria eletrônica. A despeito do equipamento reduzido, o som era absolutamente rock and roll. Uma garota, dois caras, letras malucas, músicas que mudavam de andamento rapidamente e muito deboche.
O Pato Fu fez tudo diferente. E deu certo. O ex-trio, hoje quinteto – Fernanda Takai na voz, John Ulhoa na guitarra e voz, Ricardo Koctus no baixo, a formação inicial, mais Lulu Camargo nos teclados e Glauco Mendes na bateria – subir ao palco do Sesc Palladium para lançar ‘Não pare pra pensar’, seu décimo álbum de estúdio e 12º de carreira, vai ser com o pé na porta, para citar uma expressão utilizada por John.
Conheça ‘Cego para as cores’, um dos singles de ‘Não pare pra pensar’:
O novo show acaba com qualquer complexo que a banda poderia ter. “A gente era uma banda que não usava amplificadores no palco, considerada meio nerd e digital. Pois agora a gente usa amplificadores e eles são enormes”, conta John. E o enorme não é figura de linguagem. Ele prova o que diz, ao mostrar foto da estreia da turnê, em São Paulo, em que o guitarrista fica pequeno ao lado de verdadeiras paredes sonoras.
‘Não pare pra pensar’ é o Pato Fu mostrando que, duas décadas depois, ele é mais Pato Fu do que nunca. “O disco tem o timbre da fase mais recente, mas um tanto de conceito do começo da carreira”, afirma John, também produtor do álbum e autor de 10 das 11 faixas do disco (algumas sozinho, outras em parceria).
GUITARRAS
Músicas rápidas (‘Não pare pra pensar’), com muitas guitarras (‘Cego para as cores’), Fernanda ainda dominando os vocais, mas John encabeçando algumas músicas (‘Ninguém mexe com o diabo’). Isso vem de ‘Rotomusic de liquidicapum’ (1993) e ‘Gol de quem?’ (1995), os álbuns iniciais.
O novo disco é o primeiro de canções autorais em sete anos. Há quatro, a banda lançou ‘Música de brinquedo’, só de versões e com um show voltado para o público infantojuvenil. “A gente tinha que fazer um disco que mostrasse de onde viemos. E também queríamos um disco bom de fazer ao vivo”, acrescenta John.
Tão bom que a banda só vai deixar de tocar duas canções do novo repertório. Não diz, de maneira alguma, quais serão as excluídas, para não estragar a surpresa. “Não tocamos o disco todo na ordem e depois músicas antigas. Misturamos músicas novas e velhas”, diz ele. Fernanda afirma que todas as fases do Pato Fu estão no show – só dois álbuns, ‘Tem, mas acabou’ (1996) e ‘Daqui pro futuro’ (2007), não foram agraciados no repertório.
Banda que consegue, em igual medida, figurar entre o indie e o mainstream, o Pato Fu é ainda uma das poucas do cenário pop rock a ter fãs que a acompanham ao longo do tempo. “A relação presencial com o fã nunca mudou. Desde 1992, quando acaba o show atendemos as pessoas”, diz Fernanda. “Às vezes ficamos até mais tempo depois do que propriamente no show”, completa Ricardo.
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