Com a chegada do inverno, os riscos de quedas entre idosos aumentam consideravelmente, trazendo à tona uma preocupação muitas vezes negligenciada: as fraturas dos membros superiores, especialmente punho. Embora o foco normalmente recaia sobre as fraturas do quadril, lesões nas mãos e braços são mais comuns do que se imagina e podem comprometer a qualidade de vida e a autonomia de pessoas com mais de 60 anos.
Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, houve um aumento de quase 35% nas notificações de quedas acidentais entre idosos na capital paulista entre 2021 e 2022, passando de 9.671 para 13.075 casos. Em 2023, esse número saltou para mais de 15 mil, conforme informações do Sistema de Informação para a Vigilância de Acidentes (Siva) da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).“O inverno agrava o risco de quedas devido à combinação de pisos escorregadios, pouca luminosidade natural e roupas pesadas que atrapalham a mobilidade. Além disso, muitos idosos reduzem a exposição ao sol, o que compromete os níveis de vitamina D, fundamental para a saúde óssea”, explica o ortopedista e especialista em Cirurgia da Mão, Dr. Samuel Ribak, CRM:44227, membro da equipe do Hospital do Pari (HPari), em São Paulo.
O médico destaca ainda que as fraturas no punho são uma das consequências mais recorrentes de quedas com apoio das mãos no chão, o que acontece como um reflexo natural do corpo na tentativa de amortecer o impacto. “Muitos pacientes chegam ao hospital com fraturas no rádio distal, o osso mais frequentemente atingido. É uma lesão que exige imobilização e, em alguns casos, redução e fixação cirúrgica, o que pode comprometer a autonomia do idoso por semanas ou meses”, afirma Dr. Ribak.
Entre os fatores de risco para quedas de idosos estão a fraqueza muscular, uso de múltiplos medicamentos (polifarmácia), problemas de visão e alterações no equilíbrio. O Ministério da Saúde reforça a importância de manter o ambiente doméstico seguro, retirando tapetes soltos, instalando barras de apoio em banheiros e escadas e garantindo boa iluminação. Para o Dr. Ribak, a prevenção é a melhor abordagem. “Recomendamos atividades físicas regulares que ajudem no fortalecimento muscular e no equilíbrio, uso de calçados com solado antiderrapante e acompanhamento médico frequente para ajustar tratamentos e avaliar a densidade óssea”, diz.
Com pequenas atitudes e atenção constante, é possível evitar quedas que, embora comuns, não devem ser encaradas como normais no processo de envelhecimento. “A mobilidade e a independência dos idosos dependem diretamente da nossa capacidade coletiva de cuidar e prevenir”, alerta o especialista.
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