Entre os dias 23 e 25 de abril de 2025, foi realizada, em formato virtual, a Segunda Reunião Geral do Mecanismo de Coordenação Global sobre Condições Crônicas Não Transmissíveis (GCM/CCNT) da Organização Mundial da Saúde (OMS). O encontro reuniu representantes da sociedade civil, governos, setor privado, academia e pessoas com experiência vivida de diversas partes do mundo, com o objetivo de acelerar respostas multissetoriais às CCNTs e às condições de saúde mental e neurológicas.
A reunião marca um passo importante rumo à Quarta Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre CCNTs (HLM4), prevista para 25 de setembro de 2025, em Nova York. Durante os dias que antecederam o evento, sessões consultivas abriram espaço para o diálogo e escuta ativa entre diferentes setores.
Para o Dr. Mark Barone, diretor-geral de uma organização nacional dedicada ao tema, “estamos em um momento decisivo nos esforços globais para enfrentar a crescente carga das condições crônicas não transmissíveis, das condições de saúde mental e neurológicas. Precisamos reconhecer o direito das pessoas com experiência vivida de serem protagonistas nas decisões que impactam suas vidas”.
Barone, que também integra o comitê consultivo do GCM/CCNT da OMS, apresentou os resultados do Simpósio da OMS sobre Engajamento Significativo. O encontro, com mais de 450 participantes de 85 países, resultou em uma nova ferramenta global de advocacy construída com base nas vivências de pessoas que vivem com CCNTs. O material sintetiza quatro mensagens centrais: reconhecer o direito ao engajamento significativo; enfrentar as barreiras à participação; formalizar e incentivar o engajamento; e investir no fortalecimento e financiamento dessa participação.
“O reconhecimento simbólico não é suficiente. É preciso garantir ambientes seguros, diversidade etária e de gênero, e enfrentar o estigma que ainda silencia vozes fundamentais. Mais do que voz, essas pessoas precisam ter voto na construção de soluções eficazes, equitativas e humanas”, afirmou o especialista, que também publicou recentemente artigo em revista científica internacional sobre o tema.
O evento contou ainda com a participação da Dra. Letícia Cardoso, diretora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde do Brasil. A presença da gestora reforçou o compromisso do país com as diretrizes internacionais e com a construção de políticas públicas baseadas na escuta qualificada e no engajamento social.
Ao longo da reunião, também foi discutida a importância das parcerias multissetoriais para promover soluções inovadoras na saúde pública. No entanto, foram feitos alertas sobre os riscos de conflitos de interesse, principalmente em casos envolvendo empresas cujos produtos são nocivos à saúde. Especialistas destacaram a necessidade de diretrizes claras para parcerias e o uso de ferramentas da OMS para garantir decisões responsáveis e alinhadas aos princípios da saúde pública.
Com os olhos voltados para a HLM4, os participantes reforçaram que o sucesso das políticas globais de saúde dependerá da escuta qualificada, da coragem política e do compromisso com a equidade e com a centralidade das pessoas mais afetadas.
Mais informações: www.forumdcnts.org
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