De acordo com o Meio e Mensagem, hoje o Vale do Silício, na Califórnia, é lar de algumas das maiores e mais famosas empresas tecnológicas, e está moldando o futuro da tecnologia com integração entre abordagem técnica avançada e agilidade na execução. Além de abrigar renomadas universidades mundiais, o Meio e Mensagem ainda cita que a região oferece aprendizados sobre como aproveitar as tendências inovadoras para impulsionar o crescimento econômico corporativo. Isso pode contribuir para que o Brasil avance na construção de um ambiente de negócios mais favorável, no qual os talentos nacionais tenham melhores condições para desenvolver suas ideias, alinhados a um cenário de mercado mais estável e promissor.
Considerada referência global em inovação e tecnologia, empresas como a Meta (que começou apenas como Facebook) e Apple, tiveram seu início lá. Segundo o Gazeta do Povo, a mentalidade adotada nessa região representa um aprendizado relevante a ser considerado. O Vale do Silício é frequentemente citado por características como o acesso a capital, uma cultura organizacional que tolera riscos, compreende o erro como parte do processo de aprendizagem e valoriza agilidade nas decisões e execuções.
Nesse contexto, de acordo com o Assespro, a falha é vista como parte do processo, o que leva as empresas a operarem em ciclos curtos, realizarem testes com usuários reais e promoverem melhorias com base em dados. Como consequência, Startups do Vale do Silício captaram, em 2024, metade do VC global, segundo dados divulgados pelo Crunchbase, chegando perto de US$ 314 bilhões. Segundo Leandro Queiroz, vice-presidente técnico do Grupo Skill – que foi até o berço da inovação para conhecer melhor os processos de criação e inovação – conta que uma das maiores apostas, atualmente, está centrada no uso estratégico da inteligência artificial.
A IA generativa, especialmente, em modelos multimodais que integram texto, imagem, áudio e vídeo, vêm sendo aplicada para aumentar a produtividade, automatizar processos complexos e criar experiências mais personalizadas. Ele afirma que há um forte movimento da integração dessa tecnologia com robótica e drones, o que está transformando áreas como logística, saúde e agricultura.
Um cenário bastante promissor que, ainda segundo informações do Crunchbase, viabilizou que quase um terço de todo o recurso global de venture capital foi para empresas em campos relacionados à IA, tornando a inteligência artificial o setor líder em financiamento. Essas startups receberam mais de US$ 100 bilhões, um aumento de mais de 80% em relação aos US$ 55,6 bilhões de 2023. Outro ponto de destaque está no uso da IA na cibersegurança, permitindo respostas mais proativas e inteligentes a ameaças, um movimento que cresceu junto à preocupação latente com a privacidade desses ativos, o que tem impulsionado a adoção de IA embarcada em dispositivos, preservando os dados do usuário no próprio aparelho. A academia e o mercado também são fortemente conectados por lá. Universidades como Stanford e Berkeley são motores do ecossistema, alimentando startups com talentos e pesquisa aplicada.
Além disso, o capital de risco ali vai além do dinheiro, ele traz visão estratégica, acesso ao mercado e mentoria de alto nível. Já o Brasil, por um lado, tem avançado significativamente nessa área e, hoje, lidera a América Latina em número de startups, unicórnios e volume de investimentos. Ele possui uma base técnica qualificada, especialmente em desenvolvimento de software, segurança cibernética e ciência de dados. Das 12 startups latino-americanas que estão mais perto de atingir valor acima de US$ 1 bilhão, segundo relatório da Distrito, o Brasil lidera a lista com nove integrantes.
No entanto, segundo Queiroz, pouco é investido em pesquisa e desenvolvimento. Enquanto países como Coreia do Sul destinam mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) para P&D, no Brasil, isso gira em torno de 1%. Essa diferença limita a capacidade de gerar tecnologias de base, o que mantém o país mais como consumidor do que como criador de inovação.
De acordo com a Época Negócios, o potencial existe, mas é necessária uma estratégia mais consistente e ambiciosa para alcançá-lo. O vice-presidente técnico do Grupo Skill fala sobre outros entraves estruturais igualmente graves enfrentados pelo país. Entre eles, a baixa coordenação entre os setores público e privado, excesso de burocracia, insegurança jurídica e uma concentração desproporcional de capital de risco em poucas regiões.
Segundo ele, é necessário incentivar a inovação fora dos grandes centros, investir de forma mais estratégica em ciência aplicada e promover um ambiente regulatório mais ágil e favorável ao empreendedorismo tecnológico. “O Brasil tem todas as peças para estruturar esse quebra-cabeça, o desafio é montar o tabuleiro certo para que elas se encaixem. Não precisamos nos tornar o próximo Vale do Silício, mas podemos, e devemos, construir nosso próprio modelo de inovação, respeitando nossas particularidades”, diz o vice-presidente.
Ele afirma que, para isso, é essencial ter uma visão de longo prazo, com investimento contínuo em educação, pesquisa, infraestrutura e cultura empreendedora. É preciso um ambiente onde seja possível arriscar, testar e crescer com velocidade. A articulação entre academia, governo e setor privado também precisa ser mais efetiva. “E, acima de tudo, é necessário valorizar o pensamento criativo e a capacidade de execução. O futuro da inovação brasileira depende não só de recursos, mas também de coragem, foco e constância”, finaliza Queiroz.
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