De acordo com os dados do Tribunal Eleitoral Eleitoral (TSE), o Brasil registra 158.616.465 eleitores. A diversidade regional, etária e socioeconômica desse contingente de votantes apresenta um cenário complexo para a compreensão do comportamento eleitoral. Analisar os fatores que influenciam as escolhas nas urnas, como debates, campanhas e o contexto político-econômico, torna-se essencial para entender as tendências e os possíveis resultados das próximas eleições no país.
Segundo o professor, estrategista político e especialista em marketing eleitoral, Yuri Almeida, “em um cenário político cada vez mais polarizado, entender o comportamento do eleitor tornou-se essencial para analisar os rumos da democracia”. Para ele, “o voto é resultado de uma complexa interação entre fatores sociais, psicológicos e racionais, que variam de acordo com o contexto político, econômico e social de cada época”.
Yuri destaca que as primeiras teorias sociológicas sobre o voto, desenvolvidas entre as décadas de 1930 e 1940, apontavam a posição social do eleitor como o principal determinante de seu comportamento eleitoral. “Naquela época, entendia-se que o eleitor seguia o seu grupo social, como a classe ou a religião. Quem se afastava desse padrão era considerado um desvio”, explica o estrategista político.
Com o tempo, no entanto, a análise do voto passou a incorporar outros elementos, dando origem à vertente psicossociológica. “Os fatores psicossociais, como emoções, valores pessoais e identificação social, também passaram a ser considerados como interferências diretas na decisão do eleitor”, diz o especialista.
Outro modelo importante citado pelo professor é a teoria da escolha racional, que vê o voto como um cálculo de custo-benefício. “A ideia aqui é que o eleitor avalia de maneira pragmática o que perde ou ganha com determinada escolha. Muitas vezes, vota pensando no que afeta diretamente seu bolso”, ressalta.
No Brasil, observa Yuri Almeida, essa racionalidade tem como variáveis a sofisticação política. “Quanto maior o conhecimento político do eleitor, menor a chance de escolher candidatos apenas por impulso ou influência emocional. No entanto, a maioria da população ainda tem um baixo nível de sofisticação política, o que facilita o surgimento de líderes populistas que falam diretamente com as massas, usando discursos de confronto contra os chamados ‘inimigos do povo'”, afirma.
O professor explica que, embora a identificação ideológica seja um fator na escolha do voto, ela nem sempre exige que o eleitor tenha alto nível de informação política. “A dimensão simbólica pesa muito. Muitas vezes, o eleitor se identifica de forma pessoal e emocional com o candidato, sem aprofundar as questões ideológicas ou programáticas”, comenta.
Outro ponto importante para entender a decisão do eleitor são os conceitos de voto retrospectivo e o prospectivo. “O retrospectivo é aquele em que o eleitor avalia o que o político já fez. O prospectivo é a esperança no que ele poderá fazer no futuro”, explica.
Para o estrategista político, o voto é resultado de uma mistura entre avaliação racional, influências sociais e motivações simbólicas. “Votamos porque acreditamos que alguém pode melhorar nossa vida — seja por resultados concretos, promessas futuras ou simplesmente porque nos sentimos representados por aquela pessoa”, conclui.
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