O mercado global de terapia a laser foi avaliado em 5,22 bilhões de dólares em 2024 e está projetado para atingir 7,95 bilhões de dólares até 2032, com um crescimento anual de 5,4%, segundo o Data Bridge Market Research. Esse crescimento reflete a crescente adoção da laserterapia em diversas especialidades médicas, incluindo a odontologia, devido aos seus efeitos secundários mínimos, natureza não invasiva e capacidade de atingir tecidos específicos com elevada precisão.
De acordo com o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), o uso de tecnologias a laser na odontologia tem se expandido no Brasil, impulsionado por avanços científicos e pela busca por tratamentos menos invasivos. Segundo o Conselho, a laserterapia, que utiliza fontes de luz como lasers e LEDs de diferentes potências, tem sido aplicada em diversas especialidades odontológicas, promovendo benefícios terapêuticos e regenerativos.
A presidente da Câmara Técnica de Laserterapia do CROSP, Dra. Marina Bello, explica que a biofotônica, termo que engloba o uso de diferentes fontes de luz além dos lasers tradicionais, tem ganhado destaque por sua capacidade de tratar, prevenir e até diagnosticar doenças bucais.
A cirurgiã-dentista esclarece que cada tipo de luz tem características específicas como comprimento de onda e potência, os quais são ajustados conforme o objetivo do tratamento. Esses procedimentos podem ser aplicados para alívio de dor, aceleração de cicatrização, controle de inflamações, remoção de tecidos dentais (esmalte e dentina), tecido ósseo ou tecido mole (como gengivas) e biópsias.
“Quem sofre com dor muscular e na Articulação Temporomandibular (ATM), com inflamação gengival, mucosite oral ou quem tem sensibilidade dentária pode fazer uso da laserterapia. Ela pode ser usada também na remoção seletiva de cárie, preservando a vitalidade do dente, e na remoção de facetas e lentes de contato dentais, preservando os dentes de desgaste adicionais”, explica.
Para cada tratamento é indicado um tipo de laser. “Em casos de remoção de lesão de cárie, por exemplo, os lasers de alta potência de érbio são os recomendados a fim de favorecer a preservação da estrutura sadia e a manutenção da vitalidade pulpar em lesões profundas”, diz a especialista.
Já os lasers de diodo, segundo a Dra. Marina, são aplicados em cirurgias sem sangramento, que frequentemente dispensam suturas e oferecem pós-operatórios mais confortáveis, com menor necessidade de anti-inflamatórios.
A fotodinâmica, por sua vez, associa um fotossensibilizador à aplicação de luz para o tratamento de infecções, incluindo as complexas e resistentes a antibióticos tradicionais, além de lesões necróticas. “Estudos recentes têm mostrado que a terapia fotodinâmica é capaz de prevenir a osteonecrose (morte de tecido ósseo devido à falta de suprimento sanguíneo) em pacientes em tratamento com medicamentos para osteoporose e câncer, quando realizada no momento da cirurgia”, complementa.
De acordo com a profissional, o laser é indicado para todas as idades — desde bebês até idosos — e em tratamentos de pacientes com dor de origem muscular, no pós-operatório, com acometimento de tecidos nervosos como nevralgia e paralisia facial. “Pacientes em tratamento de feridas na boca como herpes, aftas e lesões, também podem realizar o procedimento com laser”, afirma a Dra. Marina.
Cuidados
Mesmo com o impacto positivo do laser nos tratamentos odontológicos, a cirurgiã-dentista ressalta que seu uso deve ser evitado sobre áreas de lesões sem diagnóstico e de tumor maligno ativo e que a aplicação do laser deve ser feita por um cirurgião-dentista habilitado em laserterapia.
“No Brasil, a laserterapia é regulamentada pelos Conselhos Regionais de Odontologia e no CROSP existe a Câmara Técnica dedicada exclusivamente a ela, reforçando sua importância crescente no cenário odontológico”, observa a Dra. Marina Bello.
Para finalizar, a cirurgiã-dentista destaca que o uso de lasers de baixa ou alta potência representa uma odontologia mais tecnológica, eficiente e centrada no bem-estar do paciente.
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