A pesquisa realizada pelo CBEXS teve como objetivo traçar o perfil dos líderes da saúde no Brasil, utilizando dados dos seus associados, informações do Atlas de 2021 e bases públicas de fontes confiáveis, com reconhecimento nacional e internacional. Ao todo, participaram 1.533 executivos, permitindo uma análise abrangente sobre os padrões e tendências desse segmento.
Os resultados revelam mudanças importantes, como o aumento da representatividade feminina e uma discreta redução das desigualdades raciais nos cargos de liderança. Outros destaques incluem o predomínio de líderes com idades entre 36 e 46 anos, a concentração de profissionais no Sudeste — evidenciando desigualdades regionais —, e a sobrecarga de trabalho enfrentada por muitos executivos, frequentemente envolvidos em múltiplas organizações. Além disso, os desafios de capacitação contínua e a busca por equidade salarial foram apontados como questões centrais no setor.
O Perfil de líder de saúde
A faixa etária entre 36 e 46 anos é predominante e concentra 41% dos líderes da saúde respondentes. A representatividade feminina cresceu em relação à pesquisa anterior. Os dados de 2021 mostravam que apenas 44% das mulheres ocupavam cargos de liderança, percentual que saltou para 51% no levantamento de 2023. A maioria dos executivos respondentes (74%) se declarou branca. Os outros são formados majoritariamente por pardos (20%), enquanto negros, amarelos e indígenas somam apenas 6% dos entrevistados.
Ainda há muita desigualdade em posições de liderança no setor da saúde, com poucas oportunidades para não-brancos. Apesar disso, quando comparado aos dados do Atlas (2021), nota-se um aumento de 17% para 24% na proporção de negros e pardos em posição de liderança entre os respondentes. Quanto à escolaridade, a maioria dos respondentes (67%) relatou ter pós-graduação/especialização.
Distribuição geográfica
A distribuição geográfica dos executivos em saúde no Brasil mostra que há uma concentração de 62% no Sudeste, seguida da região Sul, com 12%. Nordeste, Norte e Centro-Oeste têm participações menores, de 9% e 8%, respectivamente. Este desequilíbrio de líderes da saúde reflete também desigualdades estruturais e socioeconômicas existentes entre as diversas regiões do país.
Perfil organizacional
O estudo de perfil organizacional dos entrevistados revela algumas tendências marcantes quando comparadas aos dados de 2021. Um ponto de destaque é o aumento significativo de 10% no número de executivos em empresas do setor público, elevando a presença nessa área para 18% dos respondentes.
Entre os respondentes, os hospitais lideram como principal local de atuação, com 30% das citações. E 51% dos líderes ocupam o cargo há mais de cinco (5) anos. A maioria dos líderes diz gerenciar até 50 pessoas nas organizações, enquanto 38% relatam liderar mais de 51 pessoas. 26% gerenciam equipes com mais de 100 integrantes.
Perfil profissional
Cerca de 40% dos líderes continuam envolvidos em várias instituições, indicando uma crescente complexidade e diversificação de responsabilidades entre os profissionais do setor, aumentando a sobrecarga de trabalho e comprometimento de tempo e entregas enquanto 60% dedicam-se exclusivamente a uma organização.
Remuneração
No que se refere à remuneração, 27% afirmam ganhar na faixa de mais de R$ 20 mil. 60% dos entrevistados estão satisfeitos com seus ganhos, enquanto 40% ainda não consideram que são remunerados de forma adequada. Apesar da insatisfação ainda significativa, houve uma melhoria em relação a 2021, quando 49% dos líderes expressaram insatisfação salarial.
Organizações
Quase metade das organizações em que esses líderes atuam possui faturamento na faixa de R$ 100 milhões, e uma proporção considerável (27%) tem faturamento superior a R$ 300 milhões. O número de colaboradores também reflete a importância dessas instituições, com 46% delas empregando até 500 pessoas e 54% empregando um número mais elevado.
Treinamento
Quando perguntados sobre a capacitação dos líderes em gestão e negócios, quase 60% dos entrevistados responderam que esse aspecto continua em desenvolvimento, enquanto 27% acreditam atender plenamente às expectativas ou até mesmo superá-las. O resultado mostra que a percepção da exigência para uma boa gestão no setor da saúde é constante, que os líderes devem se capacitar continuamente e que as empresas precisam aumentar os investimentos no desenvolvimento das lideranças. Os executivos também foram perguntados sobre a quantidade de treinamentos que receberam nos últimos dois anos. A maioria deles (62%) recebeu até cinco treinamentos no período, enquanto 20% receberam mais de seis treinamentos. O dado mais preocupante, porém, são aqueles 18% que afirmaram não ter recebido nenhum treinamento nos últimos dois anos.
Futuro da saúde
Quando perguntados sobre os principais desafios da saúde para o futuro, os executivos identificaram três principais preocupações: sustentabilidade, com 17% das respostas; colocar o paciente no centro do cuidado, com 15%; e racionalização de custos, escolhida por 13%. A ampliação do acesso à saúde e a adoção de novas tecnologias vieram em seguida, completando o top 5.
A pesquisa
Para a realização deste Atlas foi disponibilizado para o público de executivos através das mídias digitais, um questionário on-line, composto de 46 perguntas qualitativas e quantitativas. A pesquisa esteve disponível para o público entre 18 de maio e 22 de novembro de 2023. 1533 executivos responderam à pesquisa. Para acessar, clique aqui e baixe gratuitamente.
Tacyra Valois, diretora-executiva da entidade, destaca que os principais aprendizados do Atlas apontam para a necessidade de uma liderança mais preparada, o papel fundamental da diversidade e inclusão, a importância da ética e do compliance e o protagonismo do líder na construção de políticas públicas. “O CBEXS, como uma entidade representativa dos executivos em saúde no Brasil, tem um papel fundamental a desempenhar nesse processo. Ao oferecer ferramentas e recursos para o desenvolvimento da liderança, o CBEXS contribui para a formação de profissionais mais qualificados e preparados para os desafios do presente e do futuro da saúde no país”.
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