Panetone, peru, chester, presentes, eletrodomésticos, roupas novas, brinquedos e mais brinquedos, cerveja, vinho, espumante… O final de ano traz uma magia especial para muitas pessoas, e um aumento no consumo também. Levantamento da Blackhawk Network Brasil aponta que os brasileiros deverão gastar, em média,
27% a mais este ano com presentes, em comparação a 2023.
Mas, para tudo isso chegar até o cliente final, como em um “passe de mágica”, existe um setor que enfrenta desafios enormes com aumento da demanda, falta de mão de obra e aumento dos custos, é o segmento de Logística.
O especialista em Logística Emergencial e de Alta Performance, Marcelo Zeferino, CCO da
Prestex, fala sobre a corrida contra o tempo e as estratégias das empresas no uso da tecnologia para entregar as mercadorias no prazo, mesmo com a alta demanda do final de ano.
1. É impressão ou a paciência do consumidor em esperar por um produto está diminuindo?
Marcelo Zeferino – “É a pura realidade. Segundo um levantamento da
eCommerce Insights os consumidores esperam que produtos de supermercado sejam entregues em cerca de 1,23 dias em média, enquanto produtos de saúde e bebidas alcoólicas devam chegar em até 1,5 dias. Ou seja, os prazos e a paciência do consumidor estão ficando mais curtos a cada ano. A espera suportável era de 2,36 dias em 2022 e caiu para 2,15 dias em 2023 e, com certeza esse prazo será menor a cada ano que passa.”
2. Quais são os principais desafios enfrentados pela logística neste período de Natal e final do ano?
Marcelo Zeferino – “A alta demanda de entregas ocorre todo ano e todo ano é a mesma queixa de que a falta de infraestrutura e da mão de obra são os grandes gargalos. Mas, o fato é que esse cenário está posto, então é preciso se adaptar a ele e fazer a magia acontecer, ou seja, fazer os produtos chegarem cada vez mais rápidos na outra ponta, seja ela o consumidor final ou a indústria produtora. Isso passa por um posicionamento assertivo do modelo de negócio das empresas de logística, sem esquecer do uso da tecnologia e todos os benefícios que ela traz, além de um planejamento antes de chegar no gargalo da temporada de compras, que começa em novembro, com a Black Friday, e se estende até janeiro ainda por conta da alta demanda dos produtos de férias e verão.”
3. Muitas empresas justificam atrasos nas entregas por conta de outros fatores, como eventos climáticos, problemas com os terminais de cargas dos aeroportos e até as guerras. Isso influencia a entrega do consumidor final?
Marcelo Zeferino – “Para entender melhor, o transporte de cargas é uma reação em cadeia influenciada por vários fatores. Funciona como um efeito dominó, se uma peça cai, vai derrubando todas as outras, atrasando a entrega ao consumidor final.
Então, questões climáticas, guerras e muitos outros fatores, influenciam sim. Por exemplo, a seca no Estado do Amazonas no meio do ano trouxe sérias consequências e atrasos para o escoamento de produtos da Zona Franca de Manaus, uma vez que o estado usa o meio fluvial para transporte de cargas. As enchentes no Rio Grande do Sul, em maio, também paralisaram a produção e, consequentemente, a entrega de peças e maquinários, principalmente para fabricantes de automóveis de todo o Brasil. Ou seja, é uma reação em cadeia e por isso as empresas precisam ter uma gestão de risco bem arquitetada pela operadora logística.”
4. E o que deve ser analisado para evitar esta reação em cadeia?
Marcelo Zeferino – “Uma estratégia de gestão de riscos eficaz começa com o mapeamento detalhado da cadeia de suprimentos, identificando pontos vulneráveis e avaliando os impactos de possíveis interrupções. Além disso, a diversificação de fornecedores, modais e transportadoras se torna essencial para aumentar a capacidade de resposta rápida. Parcerias estratégicas e a criação de planos de contingência também contribuem para que as empresas consigam adaptar suas operações em momentos de crise ou alta demanda, evitando prejuízos e atrasos.”
5. Como a logística está mudando para se adaptar a estes desafios?
Marcelo Zeferino – “O supply chain colaborativo, hoje já é uma saída bem aceita pelo mercado, principalmente para períodos críticos como o final de ano. A colaboração entre parceiros ao longo da cadeia de suprimentos, apoiada por plataformas digitais, permite uma comunicação mais ágil, com tráfego de dados em tempo real e uma coordenação estratégica do transporte de cargas, reduzindo custos, otimizando recursos e minimizando atrasos.”
6. Como a tecnologia pode ajudar nesta colaboração e evitar atrasos?
Marcelo Zeferino – “Ao utilizar ferramentas digitais, como plataformas em nuvem e sistemas integrados de gestão, as empresas conseguem alinhar suas operações com fornecedores, transportadoras e clientes, criando uma cadeia de suprimentos mais sincronizada. Além disso, o uso de tecnologias como o
blockchain oferece um nível adicional de segurança quando a confiabilidade dos dados é essencial para a tomada de decisões. A IA também pode ser utilizada em várias tarefas, trazendo mais agilidade, economia de recursos e melhor visibilidade. Por exemplo, os algoritmos podem sugerir melhores rotas nas entregas, evitando congestionamentos, reduzindo custos com combustível e manutenção. Os algoritmos analisam também grandes volumes de dados, possibilitando a previsibilidade de demanda ou de possíveis gargalos e a melhor gestão destes processos.”
7. E como a Prestex, que atua em Logística Emergencial e de Alta Performance B2B, vem implementando estas ferramentas?
Marcelo Zeferino – “Algumas dessas tecnologias, como o
rastreamento, por exemplo, já são utilizadas há pelo menos 15 anos pela empresa. E nos últimos cinco anos a Prestex investiu em iniciativas que incorporam Inteligência Artificial (IA) generativa e automações focando em atendimento omnichanell, torre de controle, gestão das operações com tracking, melhoria de consumo e gestão de documentos fiscais, financeiros e logísticos, entre outros. Em todas essas frentes, a IA generativa (presente na Suíte do Microsoft 365 e em produtos desenvolvidos internamente) aprende com o time de tecnologia Prestex. Com esse ecossistema, de pessoas e tecnologia, a empresa obteve redução expressiva de tempo nos processos internos, além de maior velocidade e assertividade nas tomadas de decisões.”
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