A gestão de resíduos sólidos é um dos grandes desafios contemporâneos, especialmente em setores que lidam com materiais perigosos, como pilhas e baterias. Recentemente, uma pesquisa publicada pela revista científica Comunicação & Inovação trouxe à tona a importância da comunicação organizacional para promover a logística reversa (LR) desses produtos no Brasil. Liderado pelo professor e pesquisador Dr. Leandro Tadeu Novi, o estudo avaliou como as variáveis demográficas e a comunicação afetam a adesão dos consumidores à prática da LR.
A Logística Reversa permite o retorno de resíduos ao ciclo produtivo, reduzindo a necessidade de novos recursos naturais e minimizando os impactos ambientais negativos. No Brasil, entretanto, a LR de pilhas e baterias ainda é incipiente, com apenas 1% dos mais de 1 bilhão de pilhas vendidas sendo recicladas. Segundo dados recentes da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), no Brasil, apenas cerca de 5% das pilhas consumidas são efetivamente descartadas de forma correta para reciclagem.
Segundo o Dr. Leandro Novi, “a comunicação tem se mostrado um fator fundamental para estimular a adesão dos consumidores, influenciando diretamente suas práticas de descarte adequado de pilhas e baterias”. A pesquisa identificou que o estímulo por meio da comunicação aumenta em 21,4% a chance de o consumidor aderir à prática da LR, destacando o papel das empresas em informar e engajar seus públicos de forma eficaz.
O desafio da comunicação e a responsabilidade compartilhada
O estudo também aponta para a necessidade de uma comunicação organizacional mais assertiva e constante. Embora a legislação brasileira, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), imponha a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, distribuidores e consumidores, os resultados mostram que o conhecimento sobre LR e a conscientização do consumidor ainda são limitados.
As empresas têm um papel crucial neste processo. “Sem um esforço significativo para informar e estimular os consumidores, especialmente por meio de campanhas educativas, a logística reversa terá uma adesão limitada”, afirma o Dr. Leandro Novi.
Impactos e futuro da logística reversa
Com base nas descobertas da pesquisa, as empresas que adotarem estratégias de comunicação integradas e eficazes poderão não apenas aumentar a adesão à LR, mas também se diferenciar no mercado, promovendo uma imagem de responsabilidade social e sustentabilidade. A pesquisa conclui que, com o fortalecimento da comunicação, a logística reversa pode evoluir de uma prática marginal para um pilar central da economia circular no Brasil.
O tema da logística reversa emerge novamente diante dos desafios da Agenda, 2030, que apresenta os 17 ODS’s, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, promovidos pela ONU. Às vésperas do prazo determinado na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável de 2015, poucos países têm avançado de maneira significativa ao encontro das metas acordadas. A logística reversa tem potencial de contribuir com o atingimento de diferentes ODS’s, porém é tratada de maneira direta no ODS 12, “Consumo e produção responsáveis”.
Sobre Leandro Tadeu Novi:
Mestre em Comunicação e Doutor em Administração de Empresas – Marketing.
É sócio e fundador da Nova Atitude Comunicação, autor de livros e artigos científicos e palestrante.
www.linkedin.com/in/leandro-novi
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