O Relatório Europeu sobre Drogas de 2024 revelou dados sobre o consumo de substâncias ilícitas na União Europeia. Segundo os dados apresentados, o uso de cannabis, cocaína, metilenodioximetanfetamina (MDMA) e outras drogas continua em níveis elevados, afetando milhões de adultos e jovens adultos em toda a região.
Conforme informado na publicação, o uso de cannabis entre adultos de 15 a 64 anos atinge 22,8 milhões de pessoas no último ano, representando 8% dessa faixa etária. Ao longo da vida, 85,4 milhões de adultos (29,9%) já experimentaram a substância. Entre os jovens adultos de 15 a 34 anos, o consumo no último ano chega a 15,1 milhões, ou 15% dessa população. Estes números indicam que a cannabis é a droga ilícita mais utilizada na União Europeia.
O relatório aponta dados sobre o uso de cocaína. Entre os adultos de 15 a 64 anos, 4 milhões (1,4%) usaram a substância no último ano, enquanto 15,4 milhões (5,4%) relataram uso ao longo da vida. Entre os jovens adultos, 2,5 milhões (2,5%) usaram cocaína no último ano. O estudo ainda aponta dados sobre o uso de MDMA também apresenta índices significativos. Entre os adultos de 15 a 64 anos, 2,9 milhões (1%) usaram a droga no último ano, enquanto 12,3 milhões (4,3%) relataram uso ao longo da vida. Entre os jovens adultos, 2,2 milhões (2,2%) usaram MDMA no último ano.
Sobre o assunto, Miler Nunes Soares, médico psiquiatra e responsável pela Clínica de Recuperação Granjimmy, disse que como especialista em reabilitação de dependentes químicos, é preocupante ver os números recentemente divulgados pelo Relatório Europeu sobre Drogas de 2024. Os dados revelam uma realidade alarmante quanto ao uso contínuo de substâncias ilícitas, como cannabis, cocaína e MDMA, dentro da União Europeia. Esses números destacam não apenas a prevalência dessas drogas entre adultos e jovens adultos, mas também os desafios contínuos que enfrentamos na prevenção e tratamento da dependência. “Este cenário demanda estratégias eficazes de intervenção precoce e educação preventiva para mitigar os riscos associados ao uso precoce dessa substância. É fundamental direcionar esforços para conscientizar sobre os danos à saúde mental e física decorrentes do uso crônico de cannabis”.
Segundo a publicação, que pode ser consultada através do link informado no início da matéria, o consumo de anfetaminas entre adultos de 15 a 64 anos atingiu 2,3 milhões (0,8%) no último ano e 10,3 milhões (3,6%) ao longo da vida, conforme divulgado na publicação. Entre os jovens adultos, 1,5 milhão (1,5%) usaram anfetaminas no último ano. A publicação ainda informa que o uso de opioides continua a ser uma das maiores preocupações de saúde pública. Existem aproximadamente 860 mil usuários de opioides em alto risco na União Europeia, e 513 mil receberam tratamento com agonistas em 2022. Os opioides foram responsáveis por cerca de 24% de todas as solicitações de tratamento para drogas e estiveram presentes em 74% das overdoses fatais, conforme informado no relatório.
Perguntado sobre o assunto, Miler Nunes afirmou que é imperativo intensificar os esforços na promoção de políticas públicas eficazes que abordem não apenas a oferta e o acesso a drogas ilícitas, mas também a demanda por elas. Investimentos contínuos em programas de prevenção, tratamento e reinserção social são cruciais para reduzir o impacto devastador do uso de drogas na sociedade, como ocorre na unidade da Clínica de Reabilitação em Campo Verde, Mato Grosso. “É essencial fortalecer a colaboração internacional e a partilha de boas práticas entre os países da União Europeia para enfrentar de forma coletiva esse desafio de saúde pública”.
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