Com o tempo é normal que o dente vá ficando manchado por conta das alterações internas (intrínsecas) que estão integradas na estrutura dentária, como doenças genéticas, que afetam os tecidos duros do dente, idade, o uso de medicamentos, entre outros. E as externas (extrínsecas), como aquelas causadas por alimentos (beterraba, framboesa, açaí); bebidas (café, chá, refrigerantes, vinho tinto, suco de uva); o uso do cigarro; e a falta de higiene bucal, que leva a placa bacteriana e ao tártaro.
Atualmente, existem diversas abordagens e variações de técnicas de clareamento dental, como ácidos e o peróxido de hidrogênio, compostos químicos, que em contato com a superfície dental, promovem uma limpeza profunda, removendo as partículas escurecidas e clareando os tons.
“Entre as técnicas, temos a caseira, na qual o paciente utiliza uma plaquinha de silicone e um gel, indicados pelo dentista; e o realizado em consultório, que também é um gel clareador, porém com uma potência muito maior. E ainda pode ser usada uma luz de laser para auxiliar no tratamento”, argumenta a cirurgiã-dentista Patrícia Almeida, especialista em reabilitação oral e estética e integrante da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD), que ainda conta que não existem riscos quando administrado e acompanhado por um dentista. “Mas se a pessoa aplicar de forma incorreta em casa, pode desencadear quadros de sensibilidade. E se comprar os produtos pela internet, sem a orientação do especialista, além da sensibilidade, pode ter sangramento e irritação na gengiva, corrosão do esmalte e deixar os dentes mais frágeis”, pontua.
De acordo com a especialista, o clareamento não funciona com aquelas marcas provocadas por alterações internas (genética, traumas, pressão, desgaste). “Mas ele tem um bom resultado com as manchas externas, que exigem um procedimento mais elaborado em consultório, pois alteram até os túbulos dentários”, explica, e ainda destaca que nem todo mundo pode fazer. “Pessoas com restaurações, facetas, lentes de contato e próteses precisam trocar o material que está no dente, pois não funciona nesses tipos de superfícies”.
Quem usa aparelho ortodôntico, precisa finalizar o alinhamento para se submeter à intervenção. Segundo o estudo A percepção das práticas de clareamento dental durante e após o tratamento ortodôntico: uma pesquisa com ortodontistas as solicitações de clareamento dental por parte de pacientes ortodônticos são muito frequentes, mas a maioria não recomenda o tratamento durante o uso. O documento ainda orienta esperar de um a três meses após a remoção dos bráquetes para investir na técnica.
Os cuidados durante o clareamento
“Em casa, higienizar corretamente os dentes, com pasta e fio dental; não exagerar na quantidade de gel utilizado na moldeira; não adicionar outro produto na moldeira; evitar alimentos corantes, ou seja, que podem manchar, como café, uva, refrigerante a base de cola; e voltar ao dentista para acompanhamento”, salienta Patrícia Almeida, que conclui. “Após o processo, precisa de manutenção. O retorno com o dentista vai depender dos hábitos do paciente, se ele fuma, se consome alimentos com corantes e se está fazendo a higienização de forma correta. Quando se tem esses cuidados, é possível prolongar a duração do efeito clareador, que leva em torno de três a quatro anos.”
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