Em publicação realizada, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) apontou que a experimentação de álcool entre estudantes do 9º ano do ensino fundamental apresentou uma estabilidade entre 2012 e 2015, com percentuais ligeiramente superiores entre as meninas em comparação aos meninos. Contudo, o relatório mostrou que em 2019, ambos os sexos obtiveram um aumento, segundo o documento, estatisticamente significativo na experimentação, sendo mais pronunciado entre as meninas (67,4%) do que entre os meninos (58,8%). O relatório, que aponta dados sobre a diferença entre os gêneros, que era de 3,7 pontos percentuais em 2015, mostrou que a diferença foi ampliada para 8,6% em 2019.
Ainda segundo o relatório informado no início da matéria, o aumento na experimentação de álcool em 2019 não se limitou a uma determinada rede de ensino, afetando tanto escolas públicas quanto privadas. A pesquisa ainda destaca que, nas capitais, a experimentação foi mais expressiva entre os estudantes da rede pública, atingindo 65,9%, enquanto nas escolas privadas, o percentual foi de 56,3%.
Sobre o assunto, Miler Nunes Soares, médico psiquiatra e responsável pela Clínica de Recuperação em Mato Grosso Granjimmy disse que a experimentação é a porta de entrada para o vício e que a idade dos jovens nessa fase escolar deveria ser somente no foco com a formação educacional e profissional. “A diferença de quase 10% pode levantar questões sobre as dinâmicas socioeconômicas e educacionais que podem influenciar os padrões de comportamento em relação ao álcool entre os estudantes, não somente do 9º ano, mas em todo momento da vida escolar onde exista a possibilidade de o aluno ter contato com o álcool”.
Ainda sobre a publicação que pode ser analisada no portal do IBGE, verifica-se que também foi analisada a precocidade da exposição ao álcool entre escolares que já ingeriram alguma vez na vida. O documento informa que embora tenha havido uma pequena oscilação entre 2009 e 2019, sem mudanças estatisticamente significativas, as meninas apresentaram uma maior precocidade na experimentação em 2019 (70,7%) em comparação aos meninos (65,9%).
Perguntado sobre o assunto, Miler Nunes disse que os resultados podem indicar a importância de estratégias de prevenção voltados para as diferenças de gênero dos alunos e a necessidade de monitoramento constante, e até mesmo intervenções por parte das escolas para abordar o aumento da experimentação de álcool entre os alunos.
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