Nos últimos anos, o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) ganhou crescente importância no cenário econômico brasileiro, segundo a ANFIDC, a Associação Nacional de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios. O segmento ganhou ainda mais força durante a pandemia, quando o BNDES anunciou um investimento de R$ 4 bilhões em fundos de crédito para PMEs, incluindo FIDCs. Essa medida buscou fornecer linhas emergenciais de crédito e apoiar o financiamento das empresas, reforçando a importância crescente dos FIDCs no cenário econômico brasileiro.
Esse destaque se deve ao papel fundamental que os FIDCs desempenham no fornecimento de capital de giro e financiamento para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), permitindo seu crescimento e prosperidade em um mercado altamente competitivo.
A Resolução CVM 175, que entrou em vigor neste mês de outubro, trouxe uma nova dinâmica para o mercado das FIDCs. Isso porque a nova regulação possibilitou que investidores menores, ou chamados de varejo, pudessem agora investir nessa modalidade. O último relatório Anbima sobre o volume administrado por gestores, mostrou que Fundos de renda fixa, títulos públicos e FIDCs são responsáveis pelos maiores montantes financeiros entre os instrumentos de renda fixa e respondem por 61,2% do crescimento entre todos os ativos de renda fixa. O levantamento divulgado em setembro passado revelou que os FIDCs aumentaram 14,7%, chegando a R$ 22 bilhões.
Durante o 6° Encontro Nacional da ANFIDC, realizado em outubro, no WTC Teatro, em São Paulo, o presidente da Associação Nacional dos Participantes em Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (ANFIDC), Klever Lairana Muller, comentou que essa tendência deve se intensificar ainda mais, pois os FIDCs vão ocupar cada vez mais espaço entre as pequenas e médias empresas do Brasil. “Hoje, atendemos cerca de um terço desse mercado. A dificuldade de acesso a crédito a custos competitivos fez com que o mercado buscasse alternativas e os FIDCs se tornaram uma opção mais vantajosa. Isso explica o grande crescimento nos últimos dois anos”, explica.
“Com o aumento da taxa de juros, muitas empresas enfrentaram dificuldades na obtenção de crédito. Através do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), conseguimos oferecer uma alternativa mais acessível”, completou.
O evento também contou com a participação Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual presidente da CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras). Ele destacou o papel dos FIDCs para o desenvolvimento econômico do país, ressaltando que eles oferecem às empresas acesso a recursos de longo prazo, com taxas de juros competitivas e sem burocracia. Ele também afirmou que os FIDCs estimulam a inovação no segmento financeiro, criando alternativas para os investidores e promovendo maior abertura para o mercado de capitais. “As instituições financeiras devem pensar mais em agenda de longo prazo. Não as de curto prazo, como na política, que são de quatro em quatros anos. Eu vejo os FIDCs multissacados e multicedentes com potencial para isso”, disse.
Maia falou ainda sobre seu trabalho na presidência da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e sua aproximação com a ANFIDC. “Assumi esse ano depois de encerrar meu sexto mandato. Quando cheguei, a estrutura estava desorganizada. Meu propósito foi incentivar melhor a integração dos segmentos das instituições financeiras, com parceiros como a própria ANFIDC”, relatou.
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