A transição pela qual a mulher passa, entre os 40 e 60 anos, da fase reprodutiva até a menopausa é chamada de climatério. Este período é marcado pela diminuição gradual da produção do hormônio sexual estrogênio e dura cerca de quatro anos, de acordo com o Estudo Brasileiro de Menopausas divulgado pela sexta edição da Revista Sobrac da Associação Brasileira de Climatério (Sobrac).
O climatério é marcado pela irregularidade menstrual, enquanto a menopausa é definida pelo fim definitivo do ciclo menstrual, depois de 12 meses consecutivos, quando os ovários já não produzem mais hormônios reprodutivos. Na pesquisa, que ouviu 1.500 mulheres, 26,1% das mulheres afirmaram estar na fase de climatério, com faixa etária média de 52 anos.
O médico ginecologista Rafael Lazarotto explica que o climatério é um período de preparação para a menopausa. “O climatério é o melhor momento de prevenção de todas as possíveis comorbidades que irão ocorrer na menopausa”, diz.
Sintomas do climatério e menopausa
Tanto o climatério como a menopausa possuem sintomas que podem deixar as mulheres desconfortáveis em suas tarefas do dia a dia. Dentre as mulheres ouvidas pela pesquisa, as ondas de calor foram os sintomas mais citados (73,1%) por aquelas que estão na transição menopausal ou na menopausa. A idade média de início dos fogachos foi de 47 anos.
O estudo também mostrou que quase 40% das mulheres não têm conhecimento sobre as duas fases do ciclo de vida da mulher. Muitas delas já estão vivendo um dos períodos, mas cerca de 50% das que ainda estão em idade reprodutiva tampouco têm conhecimento adequado sobre climatério ou menopausa.
Entre outros sintomas presentes nas duas fases, além das ondas de calor, estão suores noturnos, secura vaginal, dores durante a relação sexual, irritabilidade, alterações de humor, perda óssea e aumento do risco de osteoporose, queda na qualidade do sono e riscos à saúde cardiovascular.
“A redução do risco de osteoporose e de fraturas, de câncer de cólon e reto, e mais saúde cardiovascular são alguns dos benefícios que a terapia de reposição hormonal pode trazer”, destaca Lazarotto.
Terapia de reposição hormonal (TRH)
“A TRH é um tratamento que pode ajudar a melhorar a qualidade de vida das mulheres através do alívio dos sintomas”, afirma Lazarotto. O estudo mostrou que mais de 90% das mulheres que se submeteram à terapia relataram essa melhoria. O tratamento médico consiste na administração de hormônios femininos, como estrogênio e progesterona, e pode ser feito por meio de pílulas, adesivos, cremes ou implantes.
A pesquisa apontou que a TRH foi o tratamento mais prescrito, correspondendo a 22,4% das respondentes no climatério. “A terapia deve ser prescrita e acompanhada por um médico para garantir a segurança e eficácia do tratamento”, afirma Lazarotto.
Dentre as formas de administração da TRH estão as pílulas orais, que podem conter apenas estrogênio, ou uma combinação de estrogênio e progesterona – os adesivos são aplicados na pele e liberam hormônios gradualmente. Já os cremes, são aplicados diretamente na pele e podem conter estrogênio, progesterona ou ambos.
Os implantes são administrados através de pequenos tubos inseridos no tecido subcutâneo que liberam pequena quantidade de hormônio na corrente sanguínea durante o dia e são considerados altamente eficazes. “Contém a dosagem personalizada do hormônio a ser reposto e tem ação muito rápida, pois a absorção é mais eficiente”, explica Lazarotto.
Sobre a velocidade de absorção, as pílulas podem levar mais tempo para surtir efeito, já que são absorvidas pelo trato gastrointestinal diferente dos adesivos, cremes e implantes. Alguns métodos podem ter efeitos colaterais diferentes, como sensibilidade mamária ou irritação na pele, dependendo do método de administração e da dosagem.
“A terapia de reposição hormonal não é apropriada para todas as mulheres e os riscos e benefícios devem ser cuidadosamente avaliados por um médico especialista antes de ser iniciada”, lembra Lazarotto.
Para saber mais, basta acessar: https://www.rafalazarotto.com.br/
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