Nos últimos dois anos, o mercado de trabalho ganhou novas formas e perspectivas, alterando as estruturas organizacionais como um todo, de ponta a ponta. O mundo precisou se reinventar rapidamente e, como consequência, as transformações no mercado de trabalho impactaram as empresas em sua totalidade e o estilo de vida de trabalho de todos os profissionais.
Diante dessas inúmeras mudanças, o mercado jurídico vem buscando ativamente por transformação. Cada vez, é possível notar os escritórios se preocupando em ter uma gestão de pessoas profissionalizada e que traga reflexos positivos para seus ambientes.
“Crescer como negócio significa ter times completos, de alta performance e comprometidos com o todo. Para isso, precisamos olhar para o pilar de pessoas com muita responsabilidade e uma bela pitada de criatividade para inovar, mesmo dentro de ambientes tradicionais”, destaca Maria Eduarda Silveira, sócia-fundadora da Bold HRO.
Motivada pela atuação especializada na área jurídica, a Bold HRO, consultoria de recrutamento especializado e desenvolvimento organizacional, conduziu um estudo sobre Desafios de Novos Modelos de Trabalho na Área Jurídica. A pesquisa, realizada entre os meses de agosto e setembro de 2022, considerou a opinião de sócios e diretores dos mais conceituados escritórios jurídicos do Brasil. Entre os principais achados do mapeamento, destacam-se os seguintes:
A rotatividade entre os profissionais juniores está alta
De acordo com a pesquisa, aproximadamente 60% das vagas juniores têm apresentado uma movimentação acima da média. Em 2022, mais da metade dos respondentes (58%) afirmaram que tiveram um turnover entre 10% e 20%, enquanto pouco mais de 30% dos diretores e sócios dos escritórios revelaram que tiveram um turnover entre 30% e 50% e menos de 10% dos entrevistados informaram que o turnover foi acima de 60%.
O desafio de atração de talentos fica cada vez mais intenso
Para os escritórios jurídicos, contratar profissionais qualificados para os cargos disponíveis é, sem dúvida, o principal desafio relacionado à atração de talentos. Cerca de 60% dos respondentes afirmaram que encontrar profissionais com os requisitos necessários e na velocidade que o mercado pede tem sido bastante desafiador.
Modelo 100% presencial é uma barreira nas contratações
De acordo com o estudo, 30% dos respondentes estão com dificuldade em atrair profissionais que queiram trabalhar presencialmente, dado que evidencia a necessidade de uma política mais flexível para atrair e reter os talentos.
A flexibilidade também quebrou fronteiras regionais na área jurídica
Assim como tem acontecido em outras áreas, nos últimos anos, os escritórios jurídicos também passaram a contratar profissionais de outros estados brasileiros. Do total de respondentes, 45% afirmaram que pretendem continuar contratando pessoas de outros estados (modelo remoto).
Híbrido tem sido o modelo de trabalho prioritário
A pesquisa identificou que 97% dos respondentes afirmaram que o modelo de trabalho prioritário nos escritórios jurídicos tem sido o híbrido. Apenas 3% dos escritórios jurídicos têm trabalhado no formato 100% remoto. Porém, o setor administrativo permanece, em sua maioria (54%), no formato presencial.
Trabalhar à distância é algo novo para muitos advogados
Do total de entrevistados, 64% afirmaram que, antes da pandemia, nunca tinham vivido a experiência de trabalhar remotamente.
Falta de contato social é visto como o principal desafio do trabalho remoto
Quando questionados sobre os principais desafios do trabalho remoto, 77% dos entrevistados indicaram a falta de contato social. Na lista desses desafios também se destacaram a falta de engajamento dos colaboradores (citado por 41% dos respondentes); e a dificuldade de uma comunicação alinhada entre os times (36%).
A experiência de trabalhar remotamente tem sido positiva
Apesar dos desafios enfrentados no trabalho remoto, 87% dos entrevistados perceberam que há diversos aspectos positivos no modelo de trabalho remoto, incluindo o notável e considerável avanço tecnológico entre os anos de 2020 e 2022.
No quesito comunicação, as reuniões virtuais têm sido o principal canal
Do total de entrevistados, 87% afirmaram que nos escritórios em que atuam as reuniões virtuais são o principal canal de comunicação da equipe, juntamente com o e-mail, com a mesma representatividade. A lista de canais, por ordem de prioridade, se completa com WhatsApp, reuniões presenciais e ferramentas de intranet.
A maior parte dos sócios e diretores está satisfeita com o engajamento da equipe
Em relação ao engajamento dos times no formato híbrido, 61% dos entrevistados acreditam que o engajamento da equipe é excelente, com os times entrosados e respondendo bem ao modelo de trabalho. Já 32% dos respondentes acreditam que é preciso buscar alternativas mais produtivas, enquanto 6% dos sócios e diretores ouvidos consideram ruim o híbrido e afirmam que enfrentam diversos desafios em relação ao engajamento dos times.
Na visão de Maria Eduarda Silveira, o mercado de trabalho do futuro tem os seguintes pilares: crescimento – ambiente focado em novos aprendizados para crescer constantemente; efetividade – cultura de performance; colaboração – ambiente inclusivo e colaborativo; e sincronia – adaptação e agilidade ao se ajustar frente a mudanças. “No entanto, hoje estamos em meio a muitas adaptações. A forma de se pensar o negócio e as pessoas que fazem parte dessa jornada serão o ponto de partida para alcançar uma real diferenciação”, ressalta a executiva.
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