A chamada cultura da alimentação saudável vem ganhando força e tem sido pautada em órgãos nacionais como forma de contribuir com novos hábitos para a saúde das crianças, sobretudo nas unidades de ensino. A Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) é uma das instituições empenhadas nesta temática ao promover um estudo que pretende avaliar a comercialização de alimentos e bebidas em cantinas e lanchonetes para alunos do ensino fundamental e médio de escolas privadas e seu entorno em grandes cidades do país. Todo esforço é para tentar diminuir os mais de 258 mil casos de obesidade infantil no Brasil no ano passado, segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde.
Os dados obtidos ao final da avaliação, que deverá ocorrer em novembro, vão servir como base para a elaboração de diagnósticos e propostas que contribuam para o maior fornecimento de alimentos saudáveis nas escolas, além da mudança definitiva no hábito alimentar dos estudantes.
Para Cláudia Vieira Levinsohn, mestre e especialista em Educação, o hábito da alimentação saudável, precisa ser incentivado desde cedo entre os mais jovens e a sua regulamentação pelo governo é essencial, já que as escolas são os lugares ideais e estratégicos para encorajar essas mudanças alimentares nas crianças. “Desde pequenos, a prática tende a se consolidar mais facilmente e pode seguir até a fase adulta, além de atingir a família quando eles chegarem em casa. Por isso, vejo com bons olhos a implementação de leis que regularizem a boa alimentação dentro das instituições”, afirma ela.
A exemplo disso, o Mato Grosso aprovou este ano, em votação na Assembleia Legislativa (ALMT), o programa “Alimentação Balanceada” para as unidades de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio de todo o estado. Este novo projeto de lei estabelece a prática da alimentação saudável tanto em escolas privadas quanto públicas, seguindo o exemplo de estados como Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro, onde ações similares já estão vigentes há mais de 10 anos.
Se for sancionado, as escolas deverão promover junto a alunos, familiares, professores, e funcionários das cantinas a alimentação saudável. A proposta também prevê o oferecimento e disseminação de informações verdadeiras acerca dos hábitos saudáveis ideias para combater a obesidade infantil, diabetes e hipertensão, além do incentivo ao consumo consciente de alimentos dentro das instituições de ensino.
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