O mês de junho foi o escolhido para a conscientização sobre um tema essencial à vida: o sangue. Por isso, durante o período, as entidades destacam a importância sobre tudo o que envolve os cuidados com a saúde do sangue, desde a sua doação até o alerta para as doenças hematológicas. Neste cenário, um problema tem despertado a atenção da comunidade médica: a alta incidência da anemia. De acordo com uma pesquisa realizada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) uma em cada três crianças brasileiras sofre de anemia.
Divulgado em julho de 2021, no periódico científico Public Health Nutrition vinculado à Universidade de Cambridge, no Reino Unido, o estudo alerta para a anemia ferropriva, causada pela falta de ferro, como um grave problema de saúde pública no Brasil. Os dados obtidos foram o resultado da pesquisa realizada com 46.978 crianças de zero até sete anos de idade em diferentes regiões do país. De acordo com o levantamento, entre as causas para o número elevado da doença infantil está o alto índice de gestantes com anemia e a baixa ingestão de ferro nas crianças.
Os pesquisadores lembram que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a anemia como um indicador de pobreza nutricional e de saúde, que compromete a qualidade de vida e contribui para a mortalidade infantil. A doença pode acarretar uma série de deficiências físicas, emocionais e cognitivas, comprometendo até mesmo o desenvolvimento como um todo. Diante disso, apontam a necessidade da implementação de mais políticas públicas para promover a suplementação e o acesso à alimentação saudável para as crianças.
Caracterizada pela deficiência na concentração de hemoglobina ou na produção de hemácias, a anemia pode ser identificada por meio do hemograma que analisa os indicadores das células presentes no sangue. Além das crianças, a anemia pode acometer pessoas de qualquer idade. Como explica a hematologista da clínica AmorSaúde de Pato Branco (PR), Dra. Caroline Paula da Silva, o diagnóstico precoce é fundamental e, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não há só um tipo de anemia, sendo preciso identificá-la para o correto tratamento.
“Os principais tipos de anemias são as carenciais, ou seja, decorrentes da deficiência de nutrientes essenciais, como ferro, vitamina B12 e ácido fólico. As pessoas que mais têm predisposição à anemia, como as prematuras, gestantes ou as que têm uma alimentação deficiente em ferro, e as que apresentam sangramentos abundantes, diarreia crônica ou até mesmo que já fizeram cirurgia bariátrica, devem ficar atentas aos possíveis sintomas e realizar exames de rotina como prevenção, para identificar a patologia, caso ela se desenvolva”, explica a médica. Como forma de prevenção das anemias carenciais, a Dra. Caroline aponta que é preciso manter uma alimentação balanceada.
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