Em meio às discussões sobre a regulamentação dos jogos de aposta no Brasil, o jornal O Globo se posicionou a favor da legalização de jogos como roleta em resorts. Em um editorial publicado recentemente, o jornal defende que a regulamentação é a melhor solução para mitigar os riscos associados à atividade e aproveitar os benefícios econômicos que essa indústria pode trazer.
Desde 1946, quando cassinos e jogos de azar foram proibidos no Brasil, a atividade continuou a existir na clandestinidade. Com o avanço da internet, os brasileiros passaram a apostar em sites no exterior, muitas vezes sem a segurança de uma regulamentação local. A recente regulamentação das apostas esportivas começou a mudar essa situação, segundo o editorial.
A regulamentação ocorreu durante a ascensão de empresas como a KTO, um dos principais sites de jogos de cassino online no Brasil. Entre os jogos mais populares no site estão os de roleta ao vivo, que podem multiplicar o valor apostado em milhares de vezes. Mesas de roleta em resorts podem atrair tanto turistas estrangeiros quanto brasileiros que gostam de apostar, mas a discussão sobre legalização não se limita a jogos de cassino.
O projeto de lei mencionado no editorial do Globo também legaliza bingos e o jogo do bicho. O texto foi aprovado na Câmara e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado recentemente e, segundo o senador Irajá (PSD-TO), relator do projeto na CCJ, a legalização pode seguir o exemplo de países como Estados Unidos, China, Alemanha, entre outros, onde os indicadores econômicos e sociais melhoraram após a regulamentação dos jogos.
Segundo o editorial do Globo, ao legalizar o jogo, o Brasil seguirá o exemplo de países onde os jogos de apostas são regulamentados e são benéficos à economia, sem aumento da violência ou evasão fiscal. Nos Estados Unidos, por exemplo, o setor emprega 1,7 milhão de pessoas e movimenta US$ 240 bilhões anuais.
A regulamentação permitirá um controle mais eficaz sobre a atividade, evitando problemas como a lavagem de dinheiro e a dependência dos jogadores. A experiência internacional mostra que a regulamentação pode ser feita de maneira segura e lucrativa, promovendo o turismo e gerando empregos.
No estado de Nevada, onde fica Las Vegas, duas agências regulam e fiscalizam rigorosamente o setor de jogos, submetendo a um escrutínio rigoroso quem detém mais de 10% do capital das empresas. No Reino Unido, uma comissão responsável por jogos de aposta protege os interesses dos apostadores e aplica multas severas aos operadores que não cumprem as normas contra a lavagem de dinheiro.
O projeto brasileiro limita a quantidade de cassinos por estado e busca integrá-los a resorts e polos turísticos. Se aprovado e sancionado como lei, Minas Gerais, um dos estados que mais aposta em jogos de roleta e outras categorias de cassino online, pode ganhar até dois desses complexos hoteleiros.
Entre os cuidados, há medidas para evitar endividamento e lavagem de dinheiro, como a proibição de apostas em espécie. Cria-se também uma autoridade nacional com plenos poderes para coibir abusos.
A expectativa é uma movimentação inicial de R$ 14 bilhões anuais e, no futuro, arrecadação de R$ 20 bilhões em impostos. Um mercado fortemente regulado com medidas inspiradas nas melhores práticas internacionais é preferível à situação atual, segundo o editorial de O Globo, que destaca que a proibição jamais funcionou na prática. Tomados os devidos cuidados, legalizar o jogo será melhor para o Brasil.
Segundo uma pesquisa realizada pela ENV Media, o setor de jogos de azar no Brasil é visto como altamente influente, com 39% dos entrevistados acreditando que a própria indústria tem a maior influência na regulamentação. Se essa percepção estiver correta, portanto, não apenas a opinião de grandes veículos de imprensa, mas também as próprias empresas de apostas esportivas e jogos como roleta podem influenciar a legalização da atividade no Brasil.
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