Tudo o que começa com I nos Estados Unidos é coisa boa. Lê-se “ai”, mas não dói. Começando com I traz alegria. Primeiro foi o Ipod que revolucionou a maneira de se ouvir músicas e conquistou o mundo.
Depois veio o Iphone, que revolucionou o mundo dos celulares. Além de telefone é um instrumento que permite ouvir música, tirar fotos, filmar, saber a previsão do tempo, ver as horas e acessar a internet. Essas são apenas as funções principais, pois a lista de coisas que o aparelhinho pode fazer é praticamente interminável. Tem até um GPS que “quebra um galho” enorme sempre que se precisa encontrar um endereço difícil. Finalmente veio o Ipad, que revolucionou o mundo dos computadores e do acesso a internet.
Fiquei refletindo se o que começa com “I” no Brasil também é bom. Logo vi que o que inicia com essa letra por aqui também se lê como “ai”. Lembrei inicialmente do Imposto e, logo depois, de uma série deles. Estão previstos na Constituição Federal. O primeiro tem um nome que prenuncia tudo o que está pela frente. Trata-se do II, imposto de importação, ou seja “ai ai”. Começando por “ai ai” já se poderia imaginar a dor do cidadão brasileiro que é forçado a pagar além dele: IE, IR, IPI, IOF, ITR, ITCMD, ICMS, IPVA, IPTU, ISSNQ e ITBI.
É um “ai ai ai” que não acaba mais, mas esses não são os únicos tributos que os brasileiros são obrigados a pagar. Há também diversas taxas e contribuições. Essas últimas são as piores. Começando com “I” já era ruim, com “C” só poderia ser pior. Basta relembrar da Cpmf, que é como o Jason do filme sexta-feira treze: morre e ressurge. Outras são como zumbis, pois não morrem nunca. Cide, Cofins, Csll e Css são apenas algumas das siglas que assombram as noites dos contribuintes.
Certamente haverá quem diga que a comparação é injusta. Pagar tributo é como “desarranjo”. Não há “desarranjo” oportuno. Sempre vem na hora mais imprópria. O mesmo ocorre com os tributos. Não há quem goste de pagar. O fato é que dor de barriga tem remédio e cura-se por completo. A tributação não. Por menor que seja vai sempre restar uma dorzinha. O problema é que o médico da dor tributária nada faz para combatê-la. Os tratamentos que aplica somente servem para agravá-la, e o contribuinte segue a vida inteira em seu “ai ai ai”.