Uma organização criminosa que operava com o comércio de aparelhos celulares e drogas dentro da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região metropolitana, foi desarticulada nesta terça-feira (19) pela Polícia Civil de Minas Gerias. Ao todo, cinco pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no esquema.
As investigações, iniciadas há mais de seis meses pelo Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), demonstrou que o grupo era fortemente articulado, sendo que já atuavam há mais de cinco anos com o esquema criminoso. “Era uma organização criminosa com desempenho duradouro e estável, conforme demonstraram as investigações”, ressaltou o Delegado Thiago Machado, da 2ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
De acordo com Machado, a atividade criminosa era articulada por um detento da unidade prisional, que recebia os aparelhos celulares e outros materiais de um policial penal, que também foi preso na operação de hoje. “O detento tinha a posição conhecida como ‘faxina’, isto é, se valendo do bom comportamento, tinha mais acesso ao pavilhão do presídio e outras celas, por meio das quais realizava as transações para venda dos celulares”, explicou o Delegado.
O que chamou a atenção da PCMG foi o fato de que o servidor público envolvido no esquema criminoso recebia cerca de R$ 2 mil para cada celular que conseguia ingressar durante o plantão dele. Em média, seis aparelhos eram vendidos por semana.
Para tanto, as esposas de dois detentos compravam os aparelhos e repassavam para a esposa do policial penal, que então separava kits para o servidor público ingressar com o material no presídio. “Lá dentro, o preso que coordenava as ações repassava também parte do material para outro detento, que era responsável em expandir as vendas na unidade prisional”, detalhou Machado.
Durante a operação desencadeada nesta terça (19), o policial penal e a esposa foram surpreendidos na residência deles, onde os policiais civis apreenderam uma mochila contendo cinco celulares e vários fones, carregadores e chips de operadoras já separados em kits para serem contrabandeados para o presídio. Além disso, em um cofre, os policiais recolheram mais de R$ 26 mil oriundos da empreitada criminosa.
A PCMG arrecadou diversas provas que evidenciaram os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, associação para o tráfico e corrupção ativa e passiva. O líder da organização criminosa já possuía diversas passagens por tráfico de drogas, roubos e porte ilegal de arma de fogo.
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