A Polícia Civil de Minas Gerais, em Montes Claros, durante entrevista coletiva esclareceu as circunstâncias da morte de Elizângela Gomes Vieira, 37 anos. No dia 22 de junho, a Polícia Militar foi acionada a comparecer no Bairro Tancredo Neves, para atender a um possível caso de suicídio praticado por Elizângela. Assim que tomou ciência dos fatos, a Polícia Civil iniciou as investigações e, em quatro meses, conseguiu provas que desqualificaram a ocorrência de suicídio. O ex-marido da vítima Gilvan Vieira de Pinto, de 43 anos, foi preso e encontra-se no Sistema Prisional, à disposição da Justiça.
Investigações
Os laudos periciais e de necropsia foram imprescindíveis para desclassificar o cenário de suicídio, explicou o Delegado Bruno Rezende. Houve uma simulação do suspeito; ele modificou a cena do crime. A vítima foi enforcada no chão, depois ele suspendeu Elizângela, colocou uma corda no pescoço dela para aparentar o autoextermínio.
Os ferimentos encontrados no pescoço da vítima, segundo a Perícia Técnica e a Medicina Legal, eram incompatíveis com a projeção de enforcamento, assim como as manchas de hipóstase formadas no cadáver. Diante das circunstâncias divergentes, o Delegado Bruno Rezende iniciou a oitiva das testemunhas. Algumas alegaram que o cadáver foi mudado de local na cena do crime. Familiares alegaram que subiram no muro da casa de Elizângela e viram o corpo dela no chão. Depois, quando puderam entrar no imóvel, perceberam que a vítima estava suspensa, uns vinte centímetros, pela corda que estava no pescoço dela. Antes da chegada da Polícia Militar e da Perícia da Polícia Civil no local do crime, apenas Gilvan, ex-marido da vítima, teria estado no imóvel. Ele pulou o muro quando foi chamado pela filha do casal que havia ido visitar a mãe e, como não foi atendida, chamou o pai.
Conclusão
Gilvan Vieira Pinto, de 43 anos, ex-marido da vítima, nega os fatos. No início das investigações, ele alegava que a vítima havia se suicidado, depois, diante das provas coletadas, passou a admitir que poderia ser homicídio e apontou como suspeito um possível amante da ex-esposa.
Essa versão foi descartada pelo Delegado responsável pelo caso. A pessoa com quem a vítima se relacionava estava trabalhando no momento dos fatos. Temos folha de ponto assinada por ele e filmagem do dia e hora dos fatos, explicou.
Segundo o Delegado, o suspeito, há três meses, vinha monitorando o celular da vítima. “Ele teria, inclusive, implantado um programa conhecido como espião no celular dela. Além disso, colocou um rastreador no carro de Elizângela. O suspeito tinha acesso à troca de mensagens da vítima com outras pessoas, a seguia pelas ruas, além de ter arquitetado o crime por três meses”.
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